Análise: Motivos da obsessão da Bolsa de Valores pela Nvidia

Investir US$ 1 mil em ações da Nvidia há dois anos geraria um lucro de US$ 3 mil atualmente.

31/08/2025 13:59

4 min de leitura

Análise: Motivos da obsessão da Bolsa de Valores pela Nvidia
(Imagem de reprodução da internet).

A principal notícia das semanas para os mercados, de certo modo, não foi a tentativa do presidente de demitir uma funcionária do Federal Reserve.

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Em vez disso, o relatório de lucros da Nvidia, um evento trimestral, no mundo financeiro, gerou um interesse similar ao do Super Bowl. (Para referência: a empresa possui seguidores que organizam eventos para assistir aos jogos).

Não é difícil compreender o motivo da grande empolgação. Se você tivesse investido US$ 1 mil em ações da Nvidia há apenas dois anos, teria um lucro de US$ 3 mil atualmente.

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As ações avançaram 30% em 2023, em comparação com 10% de alta do S&P 500. A cada trimestre, a Nvidia tende a superar as expectativas do mercado em Wall Street.

Pelo menos para alguns investidores, o mercado em torno da Nvidia está começando a parecer bastante agitado. E não apenas porque Sam Altman, CEO de um dos clientes da Nvidia, especulou publicamente que a IA era uma bolha.

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A seguir, alguns dos motivos que levam as pessoas a se preocuparem com a trajetória da Nvidia.

A razão número 1: a Nvidia é gigantesca. Ela é maior, em termos de valor de mercado, do que qualquer companhia aberta. Costumamos falar sobre sua capitalização de mercado – US$ 4 trilhões – como se esse número tivesse algum significado.

Atualmente, o mundo não havia testemunhado uma empresa pública com uma capitalização de mercado de US$ 1 trilhão até a Apple atingir essa marca em 2018. Hoje, existem quase doze empresas desse tipo, a maioria no setor de tecnologia americano.

A razão número 1(a): Esse tamanho faz com que a Nvidia represente, sozinha, 8% do S&P 500. Assim, mesmo que você não possua ações da Nvidia, é preciso ficar atento aos seus resultados, pois eles podem influenciar todo o mercado.

A Nvidia possui uma capitalização de mercado equivalente a 3,6% do Produto Interno Bruto global, segundo a Deutsche Bank. Uma empresa só, que obtém a metade de sua receita de apenas três clientes, é tão grande.

A razão número 2: Ao discutirmos o setor de IA, estamos falando primordialmente da Nvidia. Se você utiliza o ChatGPT, ele é alimentado por chips da Nvidia.

Da mesma forma se aplica ao Claude da Anthropic, ao Gemini do Google, ao chatbot da Amazon… seja qual for o nome do chatbot da Amazon — todos esses produtos são alimentados pelos processadores desta empresa que, até alguns anos atrás, era apenas uma força motriz da tecnologia, produzindo processadores que tornam os videogames mais interessantes.

Portanto, se você acompanha o Evangelho da IA e acredita que a tecnologia tem o poder de desmantelar a economia global, a Nvidia é, sem dúvida, a sua opção.

É por isso que o foco na Nvidia está ficando ainda mais intenso — e se a tecnologia que a Nvidia está impulsionando acabará não sendo exatamente a revolução que Sams Altman ou Dario Amodei prometeram? O que acontece com as expectativas quando a corrida do ouro falha?

Na semana passada, escrevi que a evolução da IA estava em curso, quase três anos após o lançamento do ChatGPT, que provocou um grande volume de investimentos e uma grande quantidade de declarações de empresas sobre o impacto da IA.

A intensa cobertura midiática sobre inteligência artificial, aliada a indicadores de uma economia em recessão, impactou os investidores, provocando uma venda de ações no setor de tecnologia na semana passada e grande apreensão em relação aos resultados da Nvidia.

Chatbots de IA, como o ChatGPT, transformaram substancialmente o debate sobre a inteligência artificial e impulsionaram o uso da expressão “bilionário” no setor financeiro.

Chatbots também foram acusados de levar diversas pessoas ao suicídio e alimentar espirais delirantes que destroem vidas.

A inteligência artificial não apresentou um único caso de uso que justificasse os centenas de bilhões de dólares que as empresas estão investindo nessa área.

O frenesi não se restringe às ilusões especulativas em Wall Street. Na realidade, há tanto dinheiro real por trás da corrida da IA que os investimentos de capital das gigantes tecnológicas americanas contribuíram mais para o crescimento do PIB neste ano do que os gastos do consumidor, segundo Neil Dutta, chefe de pesquisa econômica da Renaissance Macro Research.

Repito isto porque é uma das coisas mais surpreendantes que já li: o investimento de capital relacionado à IA contribuiu mais para o crescimento econômico dos Estados Unidos neste ano do que os gastos do consumidor.

Os gastos dos consumidores são o principal motor da economia – representam aproximadamente 70% do nosso Produto Interno Bruto. Trata-se de uma concentração excessiva de capital para a construção de infraestrutura que pode se revelar apenas mais um fracasso do Vale do Silício.

“Em última análise, o investimento só faz sentido na medida em que aumenta a produtividade, os salários reais e os gastos do consumidor”, disse Dutta em um podcast. “Isso ainda não está acontecendo.”

Amazon adverte: IA diminuirá a força de trabalho no futuro.

Fonte por: CNN Brasil

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