Análise: Leilão do túnel Santos-Guarujá apresentou pouca competição e forte influência política

A construtora portuguesa Mota-Engil, com 32% de participação da empresa chinesa CCCC, conquistou a licitação da obra. O diretor de Jornalismo da CNN em …

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(Imagem de reprodução da internet).

A construtora portuguesa Mota-Engil obteve a vitória no leilão do túnel Santos-Guarujá, um dos principais empreendimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). A empresa, com 32% de participação societária da gigante chinesa CCCC (China Communications Construction Company), uma das maiores empresas de engenharia do mundo, conquistou a licitação com pouca disputa.

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A Mota-Engil, sem um histórico notável em projetos de infraestrutura no Brasil, adquiriu recentemente a empresa de construção civil mineira ECB, que possui experiência em obras de mobilidade urbana e na prestação de serviços no setor de óleo e gás.

Contudo, a empresa portuguesa possui um histórico de envolvimento em casos de corrupção em obras na África. A CCCC estabeleceu uma das maiores parcerias público-privadas do Brasil para a construção da ponte que liga Salvador à ilha de Itaparica, na Bahia.

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Empresas brasileiras abandonaram o projeto, devido a problemas para obter financiamento do BNDES. Adicionalmente, empresas europeias, incluindo TEC Tunnel e Ballast Nedam, que receberam consultas prévias, não manifestaram interesse em participar do licitação, conforme declarado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O vice-presidente, Geraldo Alckmin, também não foi totalmente correto em suas declarações durante o evento. Alckmin alegou que o leilão foi necessário porque o Porto de Santos não havia sido privatizado. Contudo, foi o governo Lula (PT) que determinou a suspensão da privatização e adotou um novo modelo.

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A disputa foi escassa e prevaleceu a política, uma boa política de adversários que demonstraram que não é necessário ser rival constantemente. Tarcísio se destacou, enquanto a ausência notável foi a do presidente Lula.

Projeto Centenário

A história do projeto remonta a 1927, quando o governador Júlio Prestes apresentou inicialmente a proposta de um túnel. Ao longo das décadas, o projeto oscilou entre a ideia de túnel e ponte, transitando por diferentes governos. Em 1940, Júlio Prestes Maia propôs uma ponte levadiça semelhante à Tower Bridge de Londres. O projeto ficou parado por 60 anos até que, em 2005, foi realizado um estudo básico para a construção de uma ponte.

Já em 2010, José Serra apresentou outra proposta que foi descontinuada. Em 2013, Alckmin modificou o projeto e retornou à ideia de Júlio Prestes, em seguida, durante o governo de João Dória voltou-se a debater a construção da ponte. Durante o governo Bolsonaro, Tarcísio propôs o projeto como contrapartida à privatização do Porto de Santos, que havia sido cancelada no governo Lula.

O investimento total previsto é de 6,8 bilhões de reais, com recursos distribuídos entre a União, o governo estadual de São Paulo e o setor privado. A obra, que visa solucionar um problema de infraestrutura histórico na região, tem previsão de início em 2026, após a preparação dos canteiros de obras.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.

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