Análise: Expansão do conflito em Gaza causa frustração entre militares de reserva
O exército israelense anunciou a intenção de assumir o controle da cidade de Gaza.
À medida que Israel intensifica sua ofensiva em Gaza, uma indicação do cenário atual do país é o crescente descontentamento de alguns reservistas convocados para servir novamente no conflito que persiste há quase dois anos.
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Após o ataque de 7 de outubro de 2023 ao sul de Israel pelo grupo militante palestino Hamas, os israelenses retornaram, abandonando viagens, estudos e novas vidas no exterior, para lutar.
Enquanto alguns manifestam frustração com os líderes políticos que os retornam ao combate, o exército se prepara para tomar o controle da Cidade de Gaza, o maior núcleo urbano do enclave.
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Um estudo da Agam Labs, da Universidade Hebraica, com mais de 300 reservistas envolvidos na guerra atual, revelou que 25,7% relataram uma redução significativa em sua motivação em comparação com o início da campanha.
Dez por cento afirmaram que sua motivação diminuiu um pouco.
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Ao serem questionados acerca de seus sentimentos em relação à campanha, o grupo mais expressivo – 47% – manifestou emoções negativas em relação ao governo e à condução da guerra e das negociações pelos reféns.
Em março, antes do anúncio da última ofensiva, a mídia israelense Ynet reportou que o número de reservistas comparecendo para o serviço estava 30% inferior ao solicitado pelos comandantes militares.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que o Hamas seria eliminado após o ataque a Israel em 7 de outubro de 2023, o evento mais letal para os judeus desde o Holocausto, que ceifou a vida de 1.200 indivíduos e resultou na captura de 251 reféns para Gaza, de acordo com informações israelenses.
A guerra continua, com o Hamas persistindo na resistência, e israelenses criticando o primeiro-ministro por não alcançar um acordo com o grupo militante para assegurar a libertação dos reféns, mesmo com diversos esforços de mediação.
Falta de visão
Reservistas se juntaram a milhares de israelenses em uma greve nacional no domingo, um dos maiores protestos em apoio às famílias dos reféns, exigindo que Netanyahu chegasse a um acordo com o Hamas para encerrar a guerra e liberar os prisioneiros restantes.
Um dos manifestantes revoltados era Roni Zehavi, um piloto reservista que interrompeu seu serviço militar após mais de 200 dias de efetivo, após o último cessar-fogo ter falhado.
Ele relatou que, durante a convocação dos reservistas, estes realizaram todas as tarefas necessárias sem apresentar reclamações. Contudo, logo surgiram dúvidas, como “para onde isso está indo?”.
Reservistas acusam o governo – a administração mais à direita da história de Israel – de perpetuar a guerra por motivos políticos.
Ele afirmou à Reuters que “essa guerra é totalmente política, não tem outro objetivo além de manter Benjamin Netanyahu como primeiro-ministro”.
Ele está disposto a realizar qualquer coisa, sacrificar reféns, soldados mortos e cidadãos falecidos — fazer o que for preciso para que ele e sua esposa permaneçam no poder. É a tragédia do Estado de Israel e essa é a realidade.
O exército israelense declarou que o serviço dos reservistas é de grande importância e que cada caso de ausência é analisado.
A importância da participação dos militares de reserva é fundamental para o êxito das operações e para a garantia da segurança do país, declarou.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Lara Campos
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.












