Análise: Como Trump remodelou a política externa americana

As viagens internacionais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, são marcadas pela combinação de questões privadas e de âmbito governamental.

Para Lourival Sant’Anna, analista internacional da CNN, as recentes visitas de Trump à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos revelaram a coincidência entre interesses comerciais privados e a agenda política.

Em cada país visitado, incluindo o Catar, o presidente americano mantém negócios ligados a organizações Trump.

Leia também:

Análise: Ataque intencional à Polônia poderia provocar a ativação da estrutura da OTAN

ONU promete ficar na Cidade de Gaza “o quanto puder” para entregar ajuda

Príncipe William visita novo centro de saúde mental em Gales

Em Jeddah, na Arábia Saudita, está localizada uma Trump Tower. No Catar, próximo a Doha, existe um grande complexo de golfe. Nos Emirados Árabes Unidos, Trump possui investimentos em criptomoedas em parceria com Steve Witkoff, seu guia para o Oriente Médio.

Interesses empresariais e política externa

A situação se amplia com o filho de Steve Witkoff, que possui investimentos relevantes na Arábia Saudita.

Conforme Lourival Sant’Anna, quando Trump cita projetos como a construção de uma “riviera”, ele se refere a empreendimentos de sua própria empresa, demonstrando uma postura mercantilista na política externa.

A combinação de interesses públicos e privados levanta preocupações acerca da possibilidade de o Estado ser apropriado em benefício próprio.

A expansão dos poderes presidenciais tem recebido apoio da Corte Suprema americana, que possui uma maioria conservadora, com três juízes nomeados por Trump.

Os limites éticos foram continuamente questionados nesta situação, com decisões da Suprema Corte favorecendo a liberdade de ação de Trump em suas atividades.

Esta situação suscita dúvidas acerca da distinção entre interesses nacionais e individuais na gestão da política americana.

Fonte por: CNN Brasil