Análise aponta presença de 14 pesticidas em amostras de chuva coletadas em São Paulo

Uma pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) identificou a presença de 14 tipos de agrotóxicos na água da chuva em cidades como São Paulo, Campinas e Brotas. Liderada pela professora Cassiana Montagner, a pesquisa faz parte de um estudo abrangente sobre o uso de agrotóxicos na cultura da cana-de-açúcar, um setor em que o estado de São Paulo se destaca como o maior produtor do Brasil e um dos líderes mundiais.

A contaminação se dá quando os defensivos agrícolas aplicados nas plantações se dispersam na atmosfera, principalmente durante a pulverização, e são transportados pelas chuvas.

A pesquisa, com duração de dois anos, visou identificar uma tendência de contaminação em diversas áreas, evitando conclusões baseadas em ocorrências isoladas. Dentre os agrotóxicos detectados, quatro apresentam potencial cancerígeno e alguns já estão proibidos no Brasil. A professora Montagner explica que a presença desses compostos na água da chuva não representa um risco imediato à saúde humana, a menos que haja exposição prolongada. Ela destaca a necessidade urgente de atualizar as regulamentações, que frequentemente se baseiam em estudos de toxicidade desatualizados, como no caso das normas para água de rio, que datam de 2005.

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Adicionalmente, a pesquisa destaca o crescimento de aproximadamente 20% nas aprovações de novos defensivos agrícolas no Brasil no ano anterior, totalizando mais de 500 produtos liberados. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo declarou, em comunicado, que conduz monitoramento contínuo do uso de agrotóxicos por meio de um programa estadual, fiscalizando atividades agrícolas para assegurar o cumprimento da legislação e práticas sustentáveis. O controle sobre a proibição e a liberação desses produtos é realizado em conjunto pelo Ministério da Agricultura, Anvisa e IBAMA.

Fonte por: Jovem Pan