Análise: a ausência de compensação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) eleva o risco fiscal

Um analista ressalta a alteração no comportamento de Haddad e aponta dificuldades para o governo em alcançar a meta fiscal sem elevar o Imposto sobre Op…

30/06/2025 20:03

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Análise: a ausência de compensação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) eleva o risco fiscal
(Imagem de reprodução da internet).

Análise do Risco Fiscal no Brasil: Perspectivas e Desafios

A dificuldade em relação ao IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) tem elevado o risco fiscal no Brasil e intensificado a tensão entre os Poderes. Essa análise é da especialista em economia Thaís Herédia, que aponta uma mudança na postura do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, diante desse cenário.

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De acordo com Herédia, Haddad tem adotado um discurso mais político ultimamente, em contraste com sua postura anterior, que era mais técnica e defensiva. “Aconteceu que ele foi convocado para atuar nessa nova campanha do governo”, afirma a analista, ressaltando que o ministro entendeu a necessidade de assumir um novo papel diante do enfraquecimento de sua interlocução com o Congresso e o mercado financeiro.

Após a revogação do decreto que aumentava o IOF pelo Congresso, o governo precisa buscar outras soluções para equilibrar as contas no final do ano. A previsão era de um aumento na arrecadação de aproximadamente R$ 10 bilhões com essa medida.

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Hélderia aponta que o governo terá que buscar outras fontes de receita: “O governo vai encontrar uma saída, porque se ele não cumprir a meta fiscal esse ano, no ano que vem, que é o ano eleitoral, pelas regras do arcabouço fiscal, a despesa vai subir menos”.

Dentre as alternativas possíveis, a analista mencionou a venda de excedentes de petróleo, o que poderia gerar aproximadamente R$ 15 bilhões, e o crescimento econômico superior às projeções, que tem impulsionado a arrecadação.

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A especialista alerta que a incerteza fiscal afeta não apenas as contas públicas, mas também as expectativas de inflação e as decisões do Banco Central. “É tudo muito ligado, não tem como separar uma coisa da outra”, explica Herédia.

A persistência da desancoragem das expectativas de inflação, na visão da analista, está relacionada à interpretação do cenário fiscal. Essa situação pode influenciar as decisões futuras do Banco Central, que a partir de julho passará a considerar um horizonte de análise mais amplo.

Diante do cenário atual, Herédia considera que o debate sobre o IOF “definirá o tom da negociação de todas as outras pautas e questões relevantes, oferecendo uma visão sobre o que pode ser a economia do ano seguinte”.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.