Em resposta à taxa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelos Estados Unidos no início do mês, o país irá redobrar o compromisso com os Brics. É o que afirmou Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para Assuntos Internacionais, no último domingo (27).
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Amorim declarou, em entrevista ao Financial Times, que o Brasil almeja “relações diversificadas, e não depender de nenhum país”, desmentindo qualquer caráter ideológico do BRICS. Além do bloco, o assessor informou que o governo visa fortalecer vínculos com países da Europa, América do Sul e Ásia.
Políticas “antiamericanas”
O problema teve início no início de junho, quando Trump ameaçou aplicar uma tarifa adicional de 10% a “qualquer país que se alinhe às políticas antiamericanas do Brics”. Em entrevista à CNN na época, Amorim negou que a declaração tenha lhe causado impacto e, ao minimizar o caso, disse: “A frase que me veio à cabeça foi ‘who’s afraid of the big bad wolf?’”.
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Em seguida, foi estabelecida uma taxa de 50% sobre todas as exportações brasileiras, anunciada por Trump em 9 de julho por meio de uma carta direcionada a Lula. A medida está prevista para entrar em vigor no dia 1º de agosto.
De acordo com o documento, a razão da taxação reside no tratamento que a justiça brasileira presta a Jair Bolsonaro. Para o republicano, as acusações direcionadas ao ex-presidente constituem uma “caça às bruxas” contra o aliado. Para Amorim, Trump está tentando agir politicamente “em favor do amigo”, uma interferência que não foi vista “nem na época colonial”.
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“Acredito que sequer a União Soviética teria agido daquela maneira”, declarou ao Financial Times.
Não amigos, sem interesses; só desejos.”
O assessor de Lula ainda declarou que o último ano do governo deve ter um foco maior nas relações com a América do Sul. A região comercializa, internamente, menos do que qualquer outra parte do mundo – realidade que o presidente busca inverter, diz Amorim. Ele também afirmou que o Canadá estava interessado em negociar um acordo de livre comércio com o Brasil.
Concluiu sua declaração à imprensa britânica, sustentando que o caso de Trump era singular, por não apresentar “nem aliados nem vantagens, apenas vontades”. O presidente americano descreve a situação como “uma demonstração de poder ilimitado”.
Fonte por: CNN Brasil