O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, declarou, no domingo (22.jun.2025), que o TNP (Tratado de Não Proliferação Nuclear) encontra-se em risco. Ele confirmou que as instalações iranianas de Fordow, de Natanz e de Esfahan foram alvo de ataques aéreos dos Estados Unidos.
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O embaixador Grossi declarou que as instalações de Esfahan e Natanz sofreram danos consideráveis, em decorrência de ataques realizados por Israel.
A Agência Internacional de Energia Atômica, contudo, afirmou não ter conseguido avaliar os impactos da instalação de Fordow – situada no interior de uma montanha no centro do Irã.
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O diretor-geral classificou como “significativos” os episódios de ataque que estão se tornando “progressivamente mais graves”.
Para ele, existe uma janela de oportunidade para que o Conselho de Segurança da ONU dialogue de forma diplomática. Afirmou que, caso essa janela se feche, a violência e a destruição aumentariam em níveis globais.
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Grossi defendeu a paz entre Israel e Irã. O país persa sempre manteve o discurso de que seu programa nuclear não é agressivo, embora a AIEA tenha declarado na semana passada que o programa violava suas obrigações com o TP.
Após os ataques dos Estados Unidos na sexta-feira (21.jun), a Irã declarou que prosseguiria com suas atividades de enriquecimento de urânio.
Precisamos tentar retornar à mesa de negociações o mais rápido possível. É necessário permitir o retorno dos inspetores da AIEA. A AIEA está pronta para desempenhar seu papel indispensável neste processo. Conversamos com o Irã, conversamos com os Estados Unidos. É preciso trabalhar pela paz, disse Grossi.
Não preveem consequências para a saúde das pessoas ou para o meio ambiente fora dos locais afetados. Continuaremos monitorando e avaliando a situação no Irã e forneceremos novas atualizações assim que informações adicionais estiverem disponíveis.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, pediu à China que persuadisse o Irã que não fechasse o estreito de Ormuz. O país asiático repudiou a ofensiva norte-americana às instalações nucleares do país persa.
A Câmara do Irã aprovou e resta agora ao líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, a decisão de permitir ou não a obstrução do canal marítimo que transporta de 20% a 30% de todo o petróleo consumido globalmente. São mais de 20 milhões de barris que transitam diariamente naquela área.
A rota marítima possui 33 km de extensão. Localiza-se entre o Golfo de Omã e o Persico e é utilizada para abastecer, além de outros países, a China, Índia, Japão e Coreia do Sul. A Europa é afetada em menor escala.
O Irã possui minas submarinas instaladas no estreito de Ormuz. Também pode empregar mísseis de costa, lanchas armadas, submarinos e drones navais.
O Irã já ameaçou bloquear a passagem em outras ocasiões, porém nunca o fez. Caso avance de forma indevida, descumprirá a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, alegando ataques. É responsabilidade do país garantir a segurança em sua costa.
O efeito imediato é o aumento do preço do barril no mercado internacional. Anteriormente à aprovação do bloqueio no Parlamento iraniano, o Brent estava cotado a US$ 75,48. O WTI, a US$ 74,93.
O bloqueio pode afetar imediatamente toda a logística energética do planeta. Outras mercadorias também serão impactadas.
O aumento da cotação do barril de petróleo também obriga a Petrobras a ajustar os preços da gasolina, diesel e gás natural liquefeito no Brasil, além do aumento do preço do querosene de aviação.
Fonte por: Poder 360