Ambipar: Liquidez Abundante ou Colcha de Retalhos?
A situação da Ambipar tem gerado questionamentos no mercado financeiro e entre os credores. Apesar de apresentar um balanço com liquidez significativa, em torno de R$ 4,7 bilhões, incluindo R$ 2 bilhões em um fundo de direito creditório (FIDC), a companhia entrou com um pedido de proteção contra execução de dívidas e está considerando a recuperação judicial.
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A Disputa com o Deutsche Bank
O principal motivo da ação da Ambipar é uma disputa com o Deutsche Bank, referente a chamadas de margem em contratos de derivativos, que somam mais de R$ 200 milhões. A empresa argumenta que a cobrança é indevida, mas a quantia em jogo levanta dúvidas sobre a real disponibilidade de recursos para arcar com a dívida líquida de R$ 5,7 bilhões.
A Realidade da Liquidez
Apesar da aparente abundância de caixa, a localização dos recursos é motivo de preocupação. Fontes internas revelam que grande parte da liquidez está dispersa em diversas instituições financeiras, tanto no Brasil quanto no exterior, incluindo países como Cayman e Panamá. Essa complexa estrutura societária, com centenas de CNPJs, dificulta a avaliação da real disponibilidade de recursos.
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Alertas das Agências de Rating
Agências de rating como Fitch e S&P emitiram alertas sobre a situação da Ambipar. Embora reconheçam a liquidez da companhia, destacam problemas de governança e falta de transparência no balanço. A S&P, em particular, alertou para riscos na liquidez de curto prazo, devido ao investimento em instrumentos com baixa liquidez imediata.
Mudanças na Gestão e Impacto nos Investimentos
Nos últimos dias, a Ambipar passou por mudanças significativas em sua gestão, com a saída do diretor jurídico, Mauro Nakamura, do diretor de RI, Pedro Petersen, e do CFO, João Arruda. Essas mudanças, somadas à crise do banco Master, impactaram negativamente os investimentos nos green bonds da empresa, que sofreram uma queda expressiva em seu valor de negociação.
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Conclusão
A situação da Ambipar demonstra a importância da transparência e da governança corporativa. A complexidade da estrutura societária e a dispersão da liquidez geram incertezas e dificultam a avaliação da saúde financeira da companhia. Acompanhar de perto a evolução da situação é fundamental para entender os riscos e oportunidades associados a este caso.
