Amazônia recebe centro de pesquisas em áreas desmatadas

A Capoeira estabelecerá um centro de operações na sede da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, e atuará de maneira virtual, conectando instituições.

07/06/2025 7:09

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Manaus (AM), 29/11/2024 - Reserva florestal Adolpho Ducke, do Instituto Nacional de Pesquisa da  Amazônia (INPA), onde se localiza o Museu da Amazônia (MUSA). Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Manaus (AM), 29/11/2024 - Reserva florestal Adolpho Ducke, do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA), onde se localiza o Museu da Amazônia (MUSA). Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Amazônia Legal recebeu um centro inédito focado na recuperação de ecossistemas desmatados e degradados. O Centro Avançado em Pesquisas Socioecológicas para a Recuperação Ambiental da Amazônia, denominado Capoeira, coordenado pela Embrapa, reúne mais de 100 pesquisadores de 33 instituições do Brasil e do exterior, incluindo universidades, órgãos governamentais, ONGs, empresas privadas e coletivos locais. O projeto, aprovado pelo CNPq no âmbito do edital Centros Avançados em Áreas Estratégicas para o Desenvolvimento Sustentável da Região Amazônica, Pró-Amazônia, terá um investimento de R$ 14 milhões.

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A Capoeira contará com um polo na sede da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém (PA), e atuará de forma virtual, integrando instituições, laboratórios e grupos de pesquisa em estudos socioeconômicos, ecológicos e bioculturais na região. “Atualmente, há grupos de pesquisa, redes colaborativas e comunidades locais empenhados na recuperação dos ecossistemas amazônicos. A proposta do Capoeira vai além da produção de ciência de excelência, buscando também articular e promover uma transformação positiva na região, substituindo a cultura da destruição pela da restauração”, pontua Joice Ferreira, pesquisadora da Embrapa e coordenadora do centro.

Os pesquisadores vão analisar dados de mais de 100 sítios de estudo em diversos estados da Amazônia Legal. As áreas incluem iniciativas de restauração em locais com florestas secundárias, florestas primárias degradadas, áreas com Sistemas Agroflorestais e restauração de sistemas aquáticos.

Nesses locais, serão avaliados estoques ou incremento de carbono, recuperação da biodiversidade, resultantes do tipo de restauração aplicado. As iniciativas de restauração podem envolver a regeneração natural da vegetação; a regeneração natural assistida (quando se enriquece a área com plantios de espécies nativas e outras práticas de manejo); e a regeneração por meio de plantio total ou semeadura direta, quando a cobertura do solo já é praticamente inexistente.

Outra estratégia são os Sistemas Agroflorestais (SAFs), que visam o incremento de árvores nos cenários, incluindo áreas de cultivo, e harmonizam as necessidades ambientais e as demandas econômicas de agricultores familiares e comunidades da floresta. Os SAFs, conforme estudos específicos conduzidos pela pesquisadora, representam as estratégias de recuperação mais investigadas na região (37,88%), seguidos pela regeneração natural (30,35%) e plantios florestais (19,55%).

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Ferreira explica que o Centro surge como uma iniciativa para desenvolver estudos mais integrativos, abordando diversos aspectos da restauração, incluindo os ecológicos, sociais, culturais e econômicos.

A Capoeira também se tornará um polo de informações sobre cenários e riscos em relação às mudanças climáticas, com a produção de mapas de ocorrência e recorrência de extremos de secas, temperaturas e mudanças climáticas, além da identificação de espécies de plantas e polinizadores mais resilientes.

Fonte por: Poder 360

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.