Novos Caminhos Desvendados no Desenvolvimento do Alzheimer
Um estudo inovador conduzido pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) revelou que o desenvolvimento do Alzheimer não é um processo único, mas sim uma complexa interação de diferentes trajetórias que se acumulam ao longo do tempo. A pesquisa, publicada na revista eBioMedicine em julho, identificou quatro caminhos distintos que podem levar à doença, oferecendo novas perspectivas para o diagnóstico precoce e o tratamento.
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Entendendo as Trajetórias do Alzheimer
A pesquisa analisou mais de 25 mil registros médicos de 7.000 pacientes, demonstrando que a doença surge de progressões múltiplas e complexas. Entre os caminhos mapeados, destacam-se transtornos de saúde mental, encefalopatias, comprometimento cognitivo leve e doenças vasculares. O neurologista Mingzhou Fu, pesquisador da UCLA, enfatizou que compreender essas trajetórias pode mudar fundamentalmente a abordagem da detecção precoce e da prevenção.
Quatro Caminhos para a Doença
Os quatro caminhos identificados são: o psiquiátrico, envolvendo transtornos como depressão e ansiedade; o encefalopático, associado a intoxicações e traumas repetitivos; o vascular, relacionado a hipertensão, diabetes e colesterol alto; e o de comprometimento cognitivo leve, que representa a zona de transição entre um cérebro saudável e aquele que está desenvolvendo demência. O neurologista Iron Dangoni Filho ressaltou que estes caminhos funcionam de forma integrada, e que a soma de fatores como depressão, hipertensão e problemas vasculares aumenta significativamente o risco de progressão para demência de Alzheimer.
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Intervenções Precoces e Qualidade de Vida
O estudo, que inclui dados do estudo brasileiro PALA de 2012, demonstra que o comprometimento cognitivo leve não é irreversível e responde bem às intervenções feitas no momento certo. A identificação dos quatro caminhos permite um diagnóstico sequencial e um acompanhamento clínico atento, com foco na prevenção precoce e no controle de fatores modificáveis, como a hipertensão e a depressão. O objetivo é atrasar a progressão para demência de Alzheimer e melhorar a qualidade de vida do paciente, através de orientações de tratamento, estilo de vida e acompanhamento especializado.
