Alumínio na rota da descarbonização
A Hydro aposta em tecnologia e inovação visando diminuir a emissão de CO₂.

A pressão por soluções sustentáveis já deixou de ser tendência e se tornou um requisito para a indústria global. No mercado do alumínio – fundamental para setores como transportes, construção civil e embalagens – o desafio é ainda maior: reduzir as emissões em cadeias de produção intensivas em energia, sendo uma referência decisiva na viabilidade da transição para uma economia de baixo carbono.
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Com mais de um século de atuação global e presença estratégica no país desde 2011, a Hydro demonstra essa transição energética de forma evidente. A empresa tem promovido ações que combinam inovação, tecnologia e sustentabilidade.
Desde 2022, foram realizados investimentos na ordem de R$ 12,6 bilhões em projetos de reflorestamento, economia circular, energias renováveis e tecnologias que diminuem emissões, colocando a região Norte em um cenário de descarbonização industrial.
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Obtenção de ferro metálico do resíduo de Bauxita
Um dos pontos importantes é a parceria com a Wave Aluminium, divisão da holding global New Wave. Após seis anos de estudos e um investimento de R$ 240 milhões, a Wave iniciou a construção de uma unidade piloto na Alunorte, em Barcarena (PA).
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O projeto inova ao converter o resíduo de bauxita em ferro metálico, matéria-prima para aço e peças fundidas, com 47% menos emissões de CO₂ em relação ao processo tradicional. A meta é evidente: até 2030, incorporar 10% dos resíduos de bauxita na cadeia produtiva e extinguir áreas de armazenamento permanente até 2050.
Da açaí à gasolina industrial
Um novo avanço significativo surge com a substituição do carvão mineral por biomassa de caroço de açaí – um exemplo de como um resíduo abundante na região amazônica pode obter valor estratégico na transição energética.
O projeto transcende a mera substituição de combustíveis: contempla pesquisa laboratorial, modelagem matemática e o desenvolvimento de fornecedores locais, visando tornar o caroço um combustível competitivo.
A tendência indica um aumento progressivo. Em 2023, utilizaram-se 13 mil toneladas de calcário de açaí nas caldeiras da Alunorte. O volume aumentou para 70 mil toneladas em 2024, e o objetivo é atingir 125 mil toneladas em 2025.
Caldeiras elétricas e energia renovável
A Alunorte, maior refinaria de alumina em operação única do mundo, também investiu em duas novas caldeiras elétricas, complementando outra já em funcionamento desde 2022. Alimentadas por energia renovável de complexos eólicos e solar, onde a Hydro também realizou investimentos, as caldeiras elétricas possuem emissão zero de carbono e diminuem até 550 mil toneladas de CO₂ anualmente. O investimento de R$ 318 milhões fortalece a posição da planta como referência em baixas emissões no setor.
Gás natural no lugar do óleo combustível.
A Hydro substituiu o óleo combustível pelo gás natural na Alunorte, em colaboração com o Governo do Pará. A alteração, que eliminou o uso de óleo combustível na operação, reduziu a intensidade de carbono e permitiu a instalação de um terminal de gás natural na região, impulsionando novos projetos no estado.
A transição energética é uma realidade no Brasil.
Com essas iniciativas, a Hydro comprova que a descarbonização industrial é viável, estratégica e uma realidade no Brasil. O conjunto de soluções – que abrange a gestão de resíduos, inovação em biomassa, passando pela eletrificação e novas matrizes energéticas – transforma o alumínio brasileiro em referência global de produção com menor impacto ambiental.
No Pará, a iniciativa de inovação da empresa demonstra como a combinação entre tecnologia, sustentabilidade e desenvolvimento local pode indicar soluções para um futuro industrial mais limpo e competitivo.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.