Alterar o Fundeb para cobrir encargos do IOF não geraria efeito, afirma economista
Tatiana Pinheiro, da Galapagos Capital, aborda potenciais ações para neutralizar a arrecadação do IOF e seus efeitos nas finanças públicas.

O governo brasileiro procura alternativas para substituir o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que tinha como objetivo arrecadar aproximadamente R$ 18 bilhões. Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galapagos Capital, avaliou as possíveis medidas em análise.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Pinheiro afirmou que as alternativas de curto prazo se concentram majoritariamente em receitas extraordinárias. “As possibilidades levantadas para substituir essa arrecadação de 18 bilhões são mais relacionadas à receita extraordinária”, declarou.
As opções incluem:
Aumento nos pagamentos de dividendos de bancos estatais como BNDES e Banco do Brasil; leilão do excedente do pré-sal; possível aumento na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); corte de gastos, incluindo mudanças no Fundeb e revisão de benefícios fiscais.
Aprovação enfrenta obstáculos no Congresso.
A economista destacou que medidas como alterações no Fundeb ou a redução de isenções tributárias enfrentariam dificuldades no Congresso. “Essa parte que seria mais interessante, eu acho, com um pouco mais de dificuldade de realmente ser aprovada no Congresso, porque algumas das medidas já foram enviadas para o Congresso e não foram aprovadas”, afirmou Pinheiro.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Ela também ressaltou que diversas dessas propostas já haviam sido apresentadas anteriormente, inclusive nos debates da reforma tributária, porém enfrentaram oposição.
Impacto nas finanças públicas
Pinheiro alertou que as receitas extraordinárias, embora possam resolver a questão do IOF no curto prazo, não solucionam o problema fiscal de longo prazo. “Isso resolve a questão fiscal, isso resolve a dificuldade do equilíbrio das contas públicas em 2026? Não, porque o leilão de pré-sal aconteceu esse ano, é receita para esse ano”.
A economista concluiu que, dependendo das medidas anunciadas, o mercado pode reagir positivamente à substituição do aumento do IOF, mas ressaltou que isso não resolve o problema fiscal estrutural. “Receita extraordinária não resolve o problema que é recorrente, que acontece todos os anos”, finalizou Pinheiro.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Pedro Santana
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.