Aliança Atlântica alerta Brasil, Índia e China sobre relações com a Rússia
O líder da aliança militar solicitou às três nações do Brics que exercessem pressão sobre o presidente russo, Vladimir Putin, para que cesse a guerra na…

O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, solicitou que o Brasil, China e Índia exerçam pressão sobre a Rússia para que encerre a guerra na Ucrânia, alertando que as três nações integrantes do grupo BRICS poderão enfrentar sanções impostas pelos Estados Unidos.
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O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que aplicaria “tarifas severas” contra a Rússia caso não se atingisse um acordo para finalizar a guerra na Ucrânia em 50 dias. Ele também ameaçou estabelecer uma tarifa adicional de 100% sobre países que importassem produtos russos, o que poderia impactar diretamente os membros do Brics.
Em encontro com senadores nos EUA, Rutte afirmou ter convicção de que esses países, notadamente a China, seriam “muito úteis” para exercer pressão sobre a Rússia.
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Rutte afirmou a jornalistas na terça-feira, 15, que seu incentivo a esses três países, em especial, se deve ao fato de que, se alguém reside em Pequim, em Delhi ou é o presidente do Brasil, isso poderá afetá-lo significativamente.
Então, por favor, contatem o presidente russo Vladimir Putin e informem-no de que ele deve levar as negociações de paz a sério, pois, caso contrário, isso impactará o Brasil, a Índia e a China de forma significativa, completou Rutte.
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Qual a razão para o Brasil, Índia e China?
A Rússia, China e Índia são responsáveis pela maior parte do comércio de energia na capital. Além disso, representam os países centrais do BRICS, grupo de nações em desenvolvimento, incluindo a África do Sul.
O presidente dos EUA, Donald Trump, já havia prometido tarifas mais altas para os países do Brics que se alinhassem aos planos do bloco de desafiar a hegemonia dos EUA.
Antes do anúncio de Trump sobre as tarifas secundárias nesta semana, os legisladores americanos tramavam um projeto de lei de caráter bipartidário que propunha a aplicação de penalidades mais severas. A proposta estabelece uma taxa de 500% sobre produtos importados de nações que ainda adquirem petróleo, gás, urânio e outros produtos exportados pela Rússia.
O BRICS decidiu não condenar Moscou em relação à guerra.
Na conclusão da cúpula do Brics, ocorrida no início do mês no Rio de Janeiro, os países membros do grupo reiteraram o pedido de reforma no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas e denunciaram ataques que afetaram pontes ferroviárias da Rússia em junho deste ano, sem, contudo, mencionar a Ucrânia, que estaria por trás da agressão. Foi a primeira vez que o bloco fez referência a uma ação militar contra Moscou em uma declaração.
O documento representou a primeira assinatura da nova composição do bloco, que no último ano incorporou a adesão de cinco novos países. O grupo atualmente é formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Indonésia.
A expansão do BRICS elevou o peso diplomático do grupo, que visa representar os países em desenvolvimento do Sul Global e fortalecer demandas por reformas em instituições globais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu pronunciamento na cúpula, estabeleceu uma comparação com os países em desenvolvimento que não se comprometeram a se alinha a nenhum dos blocos da ordem mundial durante a Guerra Fria.
Luísa afirmou: “O BRICS é o herdeiro do Movimento dos Não Alinhados”. Adicionalmente, declarou: “Com o multilateralismo sob ataque, nossa autonomia está novamente em xeque”.
Os países do BRICS representam mais de metade da população mundial e 40% de sua produção econômica, conforme alertou Lula em comentários a líderes empresariais.
União Europeia prevê envio em grande escala de armamentos a capital ucraniana.
Rutte e Trump anunciaram na segunda-feira um acordo para a venda de armas americanas aos países da Otan, com os membros da aliança militar repassando parte desses armamentos à Ucrânia, indicando a retomada da assistência dos Estados Unidos a Kiev.
Entre os equipamentos prometidos, destacam-se os sistemas de defesa antimíssil Patriot, o sistema de defesa mais sofisticado que o Ocidente já forneceu à Ucrânia. Cada unidade tem um custo aproximado de 3 milhões de euros (R$ 19,5 milhões), a serem financiados pela União Europeia (UE), conforme declarado pelo presidente americano.
Na terça-feira, Rutte declarou que a Europa encontraria os recursos necessários para assegurar que a Ucrânia estivesse na melhor situação possível nas negociações de paz. Ele afirmou que, de acordo com o acordo com Trump, os Estados Unidos forneceriam “massivamente” armas à Ucrânia, “não apenas defesa aérea, mas também mísseis e munições financiados pelos europeus”.
Quando perguntado sobre a possibilidade de envio de mísseis de longo alcance para a Ucrânia, Rutte afirmou que a assistência “é tanto defensiva quanto ofensiva”. “Portanto, existem todos os tipos de armas, mas não discutimos em detalhes ontem com o presidente. Isso está sendo trabalhado agora pelo Pentágono e pelo Comandante Supremo dos Aliados na Europa, juntamente com os ucranianos.”
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Marcos Oliveira
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.