“Alguém tem alguma dúvida?” declara Carlos Bolsonaro após o indiciamento
Na terceira-feira, além do vereador, mais de 30 indivíduos foram indiciados no inquérito que investiga o uso ilegal de ferramentas de vigilância na Abin.

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), manifestou sua indignação com o seu indiciamento pela Polícia Federal (PF) no inquérito que investiga o emprego irregular de equipamentos de vigilância na Agência Brasileira de Inteligência ( Abin ), no caso popularmente denominado “Abin paralela”.
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Alguém tinha alguma dúvida que a PF do Lula faria isso comigo? Justificativa? Acredito que os senhores já sabem: eleições em 2026? Acho que não! É coincidência!
A publicação ocorreu após a Polícia Federal concluir o relatório sobre a investigação e encaminhá-lo ao Supremo Tribunal Federal (STF). Um total de mais de 30 indivíduos foram indiciados sob suspeita de utilizar ilegalmente a estrutura da Abin para realizar o monitoramento irregular de autoridades públicas e ministros do STF.
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Ademais de Carlos Bolsonaro, a PF também indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin.
Foram também indiciados integrantes da atual cúpula da Abin, incluindo o atual diretor-geral da agência, Luiz Fernando Corrêa.
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Segundo o relatório da Polícia Federal, Carlos Bolsonaro foi indiciado por liderar o denominado “gabinete do ódio”, que teria utilizado as informações obtidas pela Abin de forma paralela para produzir e disseminar conteúdos nas redes sociais com o objetivo de atacar adversários políticos do ex-presidente.
O ex-presidente é acusado de ter conhecimento do funcionamento da estrutura paralela e de se beneficiar dela. Já Ramagem é apontado como o principal responsável por organizar o esquema ilegal de monitoramento. A liderança da Abin foi indiciada por suspeitas de tentar obstruir as investigações.
Segundo apuração da Polícia Federal, o sistema israelense de geolocalização FirstMile foi utilizado de maneira irregular para espionagem, notadamente em 2021, período pré-eleitoral. A ferramenta, criada pela empresa Cognyte (antiga Verint), possibilitou o rastreamento de até 10 mil telefones celulares por ano nos três primeiros anos do governo Bolsonaro.
A investigação indica que ministros do STF, deputados e jornalistas tiveram seus rastreadores monitorados por essa “Abin paralela”, organizada fora dos procedimentos legais da agência.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Ana Carolina Braga
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.