Alerta do Chanceler Cubano: EUA Intensificam Ofensiva e Militarização no Caribe

O chanceler cubano advertiu, em sua apresentação, sobre a crescente ofensividade dos Estados Unidos e a militarização na região caribenha.

18/09/2025 22:00

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(Imagem de reprodução da internet).

Impacto do Bloqueio Econômico de Washington em Cuba

O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, apresentou um relatório anual detalhando os efeitos do rigoroso bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos à ilha caribenha. O documento, abrangendo o período de março de 2024 a fevereiro de 2025, revela um aumento significativo nos prejuízos, estimados em US$ 7,5 bilhões, devido à política deliberada de asfixia econômica.

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O relatório destaca que esse valor representa um aumento de aproximadamente 50% em relação ao ciclo anterior, impulsionado pela intensificação das sanções sob o governo republicano de Donald Trump e, atualmente, sob a administração de Joe Biden. A política de Washington, que se mantém vigente desde 1962, visa forçar uma mudança de regime por meio da restrição econômica, impactando diretamente a vida da população cubana.

A situação crítica se manifesta em diversas áreas, incluindo a carência de energia elétrica, onde os prejuízos em apenas 60 dias equivalem a US$ 1,6 bilhão, o custo necessário para atender à demanda do país. O ministro enfatiza que, com a suspensão do bloqueio, Cuba teria recursos suficientes para garantir o fornecimento de combustível, evidenciando o impacto direto da política americana na infraestrutura e no bem-estar da população.

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Além das perdas econômicas, o bloqueio é caracterizado como um “dano humano extraordinário”, impossível de quantificar em números. O relatório ressalta a angústia e as privações que a política americana causa às famílias cubanas, reforçando a necessidade de seu fim. Cuba apresenta anualmente uma resolução à Assembleia Geral da ONU, sob o título “Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba”, uma iniciativa que tem recebido apoio quase unânime da comunidade internacional, exceto pelos Estados Unidos, Israel e alguns aliados.

Denúncias e Rejeição Internacional

O ministro Bruno Rodríguez também alertou sobre a situação regional, solicitando à comunidade internacional a detenção da escalada bélica e das provocações dos Estados Unidos no Caribe, que colocam a região à beira da guerra. As denúncias incluem a interceptação e destruição de embarcações, a execução extrajudicial de civis e a interceptação de navios de pesca, ações que ameaçam a paz e a segurança.

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O chanceler cubano denuncia ainda a política agressiva de Washington, que se estende a “praticamente todos os países do planeta”, e a manutenção de um “principal centro financeiro e de lavagem de dinheiro de ativos estrangeiros provenientes do crime organizado transnacional, sobretudo do narcotráfico”. A Assembleia Geral da ONU condena anualmente o bloqueio, considerando-o uma violação dos princípios do direito internacional.

O impacto do bloqueio se manifesta em diversas áreas, incluindo a dificuldade de acesso a financiamento internacional, a importação de alimentos, medicamentos, equipamentos médicos e combustível, além de obstáculos ao turismo. O custo econômico e social do bloqueio é profundo e estrutural, representando o principal obstáculo à recuperação da economia cubana.

Conclusão

O relatório anual de Bruno Rodríguez reafirma a necessidade urgente de pôr fim ao bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos a Cuba, destacando seu impacto devastador na vida da população e sua violação dos princípios fundamentais do direito internacional. A comunidade internacional continua a se manifestar contra essa política, buscando garantir o direito de Cuba a um desenvolvimento econômico e social justo e equitativo.

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.