Alckmin rejeita solicitação do governo para extensão ou diminuição da tarifa divulgada por Trump

O vice-presidente declarou que o governo brasileiro só consulta o setor privado e rejeitou qualquer pedido formal aos Estados Unidos.

14/07/2025 22:21

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DF - ALCKMIN/DORES ABDOMINAIS/EXAMES/ARQUIVO - POLÍTICA - Foto de arquivo de 06/03/2025 do vice-  presidente da República, Geraldo   Alckmin (PSB), que passa por exames   nesta quinta-feira, 29 de maio de 2025,   após apresentar quadro de enjoo e dores   abdominais. Alckmin é atendido no   Hospital Sírio-Libanês, em Brasília.    06/03/2025 - Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
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O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) assegurou, na segunda-feira (14), que o governo brasileiro não formulou pedido formal ao governo norte-americano para estender ou diminuir a taxa de 50% sobre produtos brasileiros, divulgada na semana passada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A ação deve começar a valer no próximo dia 1º de agosto.

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Alckmin, que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), declarou que o Executivo federal está ouvindo o setor privado e organizando os próximos passos, mas desconsiderou qualquer iniciativa formal junto à Casa Branca até o momento. “O governo não pediu nenhuma prorrogação de prazo nem fez nenhuma proposta sobre alíquota, sobre percentagem. O que estamos fazendo é ouvindo os setores mais envolvidos, para que o setor privado também participe e se mobilize também com seus congêneres e parceiros nos Estados Unidos”, afirmou o vice-presidente.

Comitê com empresários começa nesta terça-feira.

A declaração de Alckmin ocorre na véspera da primeira reunião do comitê com empresários, criado por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O grupo reunirá representantes do governo e da iniciativa privada com o objetivo de avaliar os impactos da medida e definir estratégias de resposta à taxação norte-americana.

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Espera-se que o comitê obtenha propostas do setor produtivo, notadamente do agronegócio e da indústria de base exportadora, que podem ser diretamente impactados pela tarifa.

Analise do caso.

Na última quarta-feira (9), o presidente Donald Trump encaminhou uma carta oficial ao presidente Lula, anunciando a aplicação de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos. A justificativa, segundo Trump, é uma reação a supostos ataques do Brasil à liberdade de expressão de empresas americanas e ao tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro no âmbito da Justiça brasileira.

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Trump também declarou que medidas parecidas podem ser expandidas, se o Brasil reagir com o aumento de tarifas, e determinou a abertura de um inquérito contra o país com base na Seção 301 da legislação comercial americana.

Cenário em aberto

A taxa, se implementada, poderá impactar consideravelmente setores como o agronegócio, a indústria aeronáutica, metalurgia e calçados. A Frente Parlamentar da Agropecuária já manifestou preocupação e solicitou diplomacia robusta por parte do governo brasileiro, ao mesmo tempo em que parlamentares governistas defendem a aplicação da Lei da Reciprocidade, que possibilita medidas de retaliação tarifária.

Ações da Embraer sofreram queda de 3,6% após o anúncio da medida. A companhia poderá ser parcialmente isenta devido à produção de algumas aeronaves nos Estados Unidos, o que pode assegurar exceções à nova taxação.

Fonte por: Jovem Pan

Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.