Alckmin desmente ligação entre condenação de Bolsonaro e alta da taxa de câmbio

Após a condenação, o governo norte-americano prometeu uma resposta “adequada” ao julgamento, que classificou como “caça às bruxas”.

12/09/2025 18:33

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Alckmin desmente ligação entre condenação de Bolsonaro e alta da taxa de câmbio
(Imagem de reprodução da internet).

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), declarou nesta sexta-feira (12) que não existe ligação entre a decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e o aumento de preços de produtos brasileiros.

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“Observe que não existe ligação entre a decisão do Poder Judiciário e a política regulatória. O imposto de importação e exportação é política regulatória. Não há relação entre uma coisa e outra”, declarou a jornalistas após participação no 1º Congresso Datagro Prefeitos do Agro, em Sorriso (MT).

O ministro Alckmin afirma que o governo Lula cumpre o acordo de diálogo e prossegue nas tratativas para diminuir as restrições comerciais.

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A decisão do Supremo Tribunal Federal condenando Jair Bolsonaro gerou reação imediata nos Estados Unidos. O presidente Donald Trump declarou-se “surpreso” e “descontento” com a decisão.

Após a condenação, Trump, em entrevista a jornalistas na quinta-feira (11), elogiou Bolsonaro e afirmou que a prisão se assemelhava ao que tentaram fazer com ele, embora não tenham conseguido.

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A posição do governo dos Estados Unidos também foi apresentada. O secretário do Departamento de Estado, Marco Rubio, assegurou uma resposta “apropriada” ao processo, que considerou como “caça às bruxas”. Em redes sociais, ele criticou o ministro Alexandre de Moraes e outros membros do STF.

Em Mato Grosso, Alckmin reiterou que a média da tarifa brasileira sobre produtos norte-americanos é de apenas 2,7% e que oito dos dez itens mais exportados pelos EUA para o Brasil possuem alíquota zero.

O vice-presidente destacou que ocorreram avanços recentes, incluindo a remoção da celulose da alíquota de 10% e a adesão internacional da Seção 232, o que diminuiu as perdas de competitividade do aço e do alumínio brasileiros.

O Brasil não representa uma questão para os Estados Unidos. Na realidade, contribui para a balança comercial americana. Dentre os 20 maiores Produtos Internos Brutos (PIBs) do mundo, apenas três geram superávit para os EUA: Brasil, Reino Unido e Austrália. E devemos trabalhar para eliminar mais setores e diminuir essa alíquota, declarou.

Para mitigar os efeitos da chamada “tarifaço”, que aumentou em até 50% a tributação de certos produtos, o governo anunciou um crédito de R$ 40 bilhões – R$ 30 bilhões do governo e R$ 10 bilhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) com taxas de juros de 7% a 9%, incentivo a compras governamentais de peixe, frutas, carne e café, além da extensão do drawback por um ano e a retomada de 3% sobre exportações.

Alckmin destacou ainda a relevância da expansão para novos mercados, mencionando a importação de farelo de trigo e de carne suína para o México e a visita planejada à Índia por 15 dias.

Estamos trabalhando para solucionar essa questão de forma definitiva e confiamos em que é possível progredir.

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Fonte por: CNN Brasil

Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.