Ajuda dos EUA falha em salvar economia da Argentina, afirma professor

Apesar do suporte financeiro de US$ 20 bilhões, o país sul-americano enfrenta desafios com a moeda valorizada e reformas estruturais para estabilizar a economia…

28/10/2025 11:39

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(Imagem de reprodução da internet).

Desafios Econômicos da Argentina

O investimento de US$ 20 bilhões dos Estados Unidos, embora expressivo, não resolve os problemas estruturais da economia argentina, conforme aponta Mauro Rochlin, professor de economia da FGV (Fundação Getúlio Vargas). O país vive um momento crítico, especialmente com as propostas de mudanças econômicas de Milei, que visam estabilizar o câmbio e controlar a inflação, que alcançou 250% em 2023.

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A situação econômica exige atenção ao sistema cambial e às reformas estruturais necessárias. Um dos principais desafios é o valor atual do peso argentino, que está artificialmente elevado. Essa condição, embora ajude a conter a inflação ao baratear as importações, gera um desequilíbrio na balança comercial, conforme explica Rochlin.

Impactos do Câmbio Valorizado

O câmbio valorizado desestimula as exportações e incentiva as importações, resultando em uma saída constante de dólares das reservas do país. “O dólar na Argentina hoje está muito barato. Esse é um dos pilares do plano, pois um dólar barato torna os produtos importados mais acessíveis.

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Isso funciona como uma âncora cambial, tornando desvantajoso para os exportadores de commodities venderem seus produtos no exterior”, afirma o professor.

Reformas Estruturais Necessárias

As reformas são vistas como essenciais para reduzir os gastos públicos e aumentar a eficiência do governo. A reforma previdenciária, em particular, deve abordar a idade mínima para aposentadoria e ajustes nas contribuições dos participantes do sistema.

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Atualmente, o país opera com um sistema de câmbio semifixo, com bandas de flutuação que limitam a variação do dólar.

O Banco Central argentino se compromete a intervir quando a cotação se aproxima de 1.950 pesos, estabelecendo limites entre 936 e 1.494 pesos por dólar. Rochlin destaca que uma desvalorização controlada do peso é necessária, mas deve ser feita de forma gradual para evitar impactos inflacionários severos.

O país precisará implementar uma série de medidas coordenadas para recuperar sua estabilidade econômica e controlar a inflação de maneira sustentável.

Autor(a):

Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.