Agência Moody’s revisa para baixo a perspectiva do Brasil devido à desaceleração do ajuste fiscal

Samar Maziad, vice-presidente e analista sênior da Moody’s, acredita que demorará mais para a política fiscal vigente conquistar confiança.

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(Imagem de reprodução da internet).

A vice-presidente e analista sênior da Moody’s, responsável pela classificação soberana do Brasil, Samar Maziad, inaugurou na terça-feira (10) um evento da agência em São Paulo, detalhando os fatores que resultaram na alteração do rating do país para neutro, ocorrida 11 dias antes.

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Conforme ela aponta, desde outubro, após a Moody’s ter classificado a nota de crédito do Brasil a um nível abaixo do grau de investimento, com perspectiva otimista, os eventos demonstraram que as premissas que poderiam resultar na atribuição da classificação de risco similar à de economias com menor risco de crédito levarão mais tempo a se concretizar, em particular, a consolidação fiscal para o equilíbrio das contas públicas.

O governo continuará atendendo às metas do arcabouço fiscal; contudo, demorará mais tempo para a política fiscal obter credibilidade.

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Aumento de confiança dependerá de reformas suplementares, sobretudo aquelas que envolvam as despesas do governo, a fim de reduzir os riscos do país.

Mas Samar não antecipa um corte significativo nos gastos públicos com a proximidade das eleições de 2026.

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Considerando que já estamos discutindo as eleições, e todos estão atentos a isso, torna-se difícil observar grandes pacotes ou medidas significativamente distintas no âmbito dos gastos, declarou ela, durante entrevista ao final do evento anual da agência em São Paulo.

Samar mencionou que o pacote de ajuste de gastos divulgado pelo Ministério da Fazenda em novembro não teve boa repercussão no mercado. Ademais, destacou que o governo está enfrentando juros mais elevados para financiar sua dívida, o que também alterou a dinâmica fiscal.

Mesmo que o nosso cenário-base (de outubro) se concretize e os eventos ocorram conforme nossas expectativas, ganhos adicionais em relação ao cenário de outlook (futuro) positivo provavelmente levarão mais tempo.

A vice-presidente da Moody’s avaliou positivamente as negociações em curso entre o governo e o Congresso acerca de novas adequações.

Contudo, destacou que as ações implementadas, que abrangem a tributação de apostas, produtos financeiros e fintechs, juntamente com a revisão de benefícios fiscais, ainda não acompanham os gastos, buscando uma reforma mais profunda das contas públicas.

Não acreditamos que isso esteja em discussão neste pacote. Assim, penso que levará mais tempo para que isso (a implementação de medidas estruturais) se concretize.

O Brasil detém a maior fatia de vendas de veículos elétricos na América Latina.

Fonte por: CNN Brasil

Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.

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