África do Sul solicita “liderança” de países do G20 diante de ameaças de tarifas
A declaração de Trump sobre a imposição de tarifas de 10% aos países do Brics – dos quais oito são membros do G20 – intensificou as preocupações com a f…

A África do Sul solicitou aos países do G20 que ofereçam liderança global e cooperativa para lidar com os desafios, incluindo o aumento das barreiras comerciais, enquanto os chefes de finanças do grupo se reúnem nesta quinta-feira (17) sob a sombra das ameaças tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
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O G20, que surgiu como um fórum de cooperação para combater a crise financeira global de 2008, tem sido historicamente afetado por divergências entre seus membros principais, intensificadas pela guerra da Rússia na Ucrânia e pelas sanções impostas pelo Ocidente a Moscou.
A anfitriã África do Sul, com o lema de sua presidência “Solidariedade, Igualdade, Sustentabilidade”, visa promover uma agenda africana, abrangendo temas como o elevado custo do capital e o financiamento de iniciativas de combate às mudanças climáticas.
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O ministro das Finanças da África do Sul, Enoch Godongwana, afirmou, em seu discurso de abertura, que o G20 deve fornecer liderança global estratégica, cooperação e medidas concretas para enfrentar desafios complexos.
Diversos países em desenvolvimento, notadamente na África, permanecem sobrecarregados por dívidas elevadas e em expansão, recursos fiscais limitados e altos custos de capital, o que restringe sua capacidade de investimento em seu povo e no seu futuro.
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A necessidade de uma liderança cooperativa ousada nunca foi tão grande.
Contudo, existem dúvidas acerca da habilidade dos ministros das Finanças e dos presidentes de bancos centrais reunidos na cidade litorânea de Durban de tratar dessas e outras questões em conjunto. O G20 visa coordenar políticas, porém seus acordos não são obrigatórios.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, não participará da reunião de dois dias, sua segunda ausência em um evento do G20 na África do Sul neste ano.
Bessent também não compareceu à reunião de fevereiro na Cidade do Cabo, onde diversas autoridades da China, Japão e Canadá também estavam ausentes, embora Washington deva assumir a presidência rotativa do G20 no final do ano.
Michael Kaplan, subsecretário interino de assuntos internacionais do Tesouro, atuará como representante dos EUA nas reuniões.
Um representante do G20, que preferiu não ter o nome divulgado, afirmou que a falta de Bessent não é desejável, porém os Estados Unidos estão envolvidos em debates sobre comércio, economia global e linguagem climática.
Os ministros das Finanças da Índia, França e Rússia também não participarão da reunião de Durban.
O governador do banco central da África do Sul, Lesetja Kganyago, afirmou que a representatividade é o fator mais relevante.
“O que importa é: há alguém com um mandato sentado atrás da bandeira e todos os países estão representados com alguém sentado atrás da bandeira?”, disse Kganyago à Reuters.
Os Estados Unidos têm discutido pouco abertamente seus planos para a próxima eleição, mas uma fonte próxima à administração informou que Washington diminuirá o número de grupos de trabalho não financeiros e simplificará o cronograma da cúpula.
As políticas tarifárias de Trump têm impactado o comércio global, com tarifas básicas de 10% sobre todas as importações para os EUA e tarifas de até 50% sobre aço e alumínio, 25% sobre automóveis e possíveis taxas sobre produtos farmacêuticos.
Ameaça de impor tarifas adicionais de 10% sobre os países do Brics – dos quais oito são membros do G20 – intensificou as preocupações com a fragmentação nos fóruns globais.
Adicionalmente, a última vez que o G20 emitiu um comunicado conjunto foi em julho de 2024, onde os membros concordaram com a necessidade de combater o protecionismo, porém sem abordar a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Qual o impacto que a tarifação de Trump terá sobre a economia brasileira?
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Lara Campos
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.