O Departamento de Defesa dos Estados Unidos declarou que duas aeronaves militares venezuelanas sobrevoaram um navio da Marinha americana em águas internacionais na quinta-feira, 4, em um incidente que ocorreu dias após um ataque americano contra uma embarcação que supostamente transportava drogas e havia partido da Venezuela.
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O Departamento de Defesa classificou o movimento de aeronaves como “altamente provocador” e alertou Caracas para não intensificar a situação.
O Pentágono escreveu que o cartel que controla a Venezuela é fortemente aconselhado a não prosseguir com esforços adicionais para obstruir, dissuadir ou interferir nas operações de combate ao tráfico de drogas e ao terrorismo conduzidas pelas forças militares dos Estados Unidos.
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Os Estados Unidos colocaram navios de guerra na região do Caribe sul, em um contexto de crescente tensão entre o presidente americano Donald Trump e o líder venezuelano Nicolau Maduro, que Trump acusa de liderar cartéis de drogas.
Na terça-feira, forças americanas destruíram um barco que supostamente transportava drogas no Mar do Caribe, ceifando a vida de 11 pessoas. De acordo com Trump, o embarcão era propriedade de uma organização criminosa vinculada a Maduro.
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Caracas, por sua vez, acusou Washington de realizar execuções extrajudiciais no ataque, alegando que “assassinaram 11 pessoas sem o devido processo legal”.
O ataque, cujos detalhes não puderam ser confirmados de forma independente pela AFP, representa uma escalada significativa por parte dos Estados Unidos, que há décadas utiliza operações policiais comuns, em vez de força letal, para apreender drogas.
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, durante sua visita à América Latina, defendeu a nova postura agressiva dos Estados Unidos e afirmou que contava com o apoio de governos aliados na região, que deveriam cooperar com seu país na eliminação de supostos narcotraficantes.
“Agora, eles vão nos ajudar a encontrar estas pessoas e eliminá-las se for necessário”, declarou Rubio em uma coletiva de imprensa conjunta com a chanceler equatoriana Gabriela Sommerfeld na quinta-feira em Quito.
Em declarações na quarta-feira no México, Rubio afirmou que a única coisa que vai deter os cartéis de narcotráfico é a eliminação física, porque eles já assumiram que perder mercadoria faz parte do negócio, e isso não os impede de prosseguir com o tráfico.
O senador Rubio destacou que o presidente Trump classificou as gangues venezuelanas, incluindo o “Tren de Aragua” e o “Cartel de los Soles”, como “organizações narcoterroristas” e alertou que “se você está em um barco carregado de cocaína ou fentanil destinado aos Estados Unidos, você representa uma ameaça imediata para os Estados Unidos”.
Maduro, por sua vez, respondeu ao ataque mobilizando o Exército da Venezuela, que conta com quase 340 mil efetivos, e reservistas, que, segundo ele, somam mais de oito milhões de pessoas. O presidente venezuelano denunciou o que ele considera a “maior ameaça que o nosso continente viu nos últimos 100 anos”.
Fonte por: Carta Capital