Advogado Cita “O Senhor dos Anéis” em Julgamento no STF
O advogado Igor Vasconcelos mencionou a obra “O Senhor dos Anéis”, de J. R. R. Tolkien, durante um julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quarta-feira (12). Ele defende o tenente-coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, acusado pela PGR (Procuradoria Geral da República) de tentar enfraquecer autoridades militares que se opuseram a um golpe de Estado após as eleições de 2022.
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Na sua sustentação oral, Igor começou citando uma cena de “As Duas Torres”, o segundo livro da trilogia, para solicitar “coerência” entre as acusações e a realidade dos fatos. “É uma ilustração que vem da literatura clássica, impressionante e popularizada pelo filme”, afirmou.
História dos Hobbits e Barbárvore
O advogado relembrou a narrativa em que hobbits, pequenos seres da obra, escapam de um inimigo durante uma jornada para destruir um anel e salvar a Terra Média. No caminho, eles encontram uma floresta habitada por entidades antigas chamadas Barbárvores.
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Enquanto os hobbits são carregados pelas árvores, começam a relatar suas experiências. Igor destacou um diálogo em que Barbárvore, ao ouvir a descrição de um morro, questiona como os hobbits chamam aquele lugar em sua língua. A resposta dos hobbits é que se trata de um morro.
Coerência na Defesa
Na conclusão de sua argumentação, Igor citou a resposta de Barbárvore, que diz que “morro é uma palavra pesada demais para descrever o tamanho e a história dessa montanha”. Ele então pediu que houvesse coerência entre o nome do réu e os fatos ocorridos.
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Sérgio Ricardo Cavaliere é um dos dez integrantes do núcleo 3 da trama golpista, que inclui militares de forças especiais.
A PGR alega que Sérgio participou da divulgação de uma carta de pressão e tentou enfraquecer autoridades militares, mesmo ciente de que as alegações de fraude eram infundadas. Na sessão anterior, o procurador Gonet indicou que a maioria dos réus deve responder por crimes como organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Por outro lado, Ronald Ferreira de Araújo foi o único réu que não enfrentou o pedido de condenação pelos cinco crimes da denúncia, pois não há provas de sua participação nas ações violentas. Gonet sugeriu que Ronald fosse condenado apenas por incitação ao crime.
