A Fundação Theatro Municipal comunicou o cancelamento da Festa Literária Pirata, a Flipei, que seria realizada nesta semana na Praça das Artes, em São Paulo. Os organizadores da Flipei denunciam censura por parte da Prefeitura de São Paulo.
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O comunicado enviado aos organizadores da Flipei, na noite de sexta-feira 1, revela que o cancelamento foi motivado pelo caráter político e ideológico do evento.
A presente medida se baseia na constatação de que o referido evento possui conteúdo e finalidade de cunho político-ideológico, o que contrariaria os princípios de neutralidade e impessoalidade que regem a administração pública.
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Os organizadores da Flipei contestam a tese e declaram que o evento deixa evidente o desconforto da fundação com os temas abordados na festa literária, incluindo a questão palestina, que seria discutida pelo historiador judeu Ilan Pappé, um dos mais reconhecidos intelectuais globalmente sobre o assunto e que tem sido alvo de perseguição desde sua chegada ao Brasil, e o ativista Thiago Avilla, que participava da frota humanitária interceptada por Israel.
Os organizadores da Flipei criticaram, em comunicado divulgado nas redes sociais no domingo 3, que o atual lobby sionista, promovido por diversas instituições contra a questão palestina, também se estende àquele evento.
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A decisão da Prefeitura, ainda segundo os responsáveis, impede uma tomada de providências em tempo hábil, visto que o evento, que começaria na quarta-feira 6, seria montado na segunda e terça-feira. Também rompe com as questões contratuais que previa anúncio antecipado de 15 dias, em caso de rescisão.
Os organizadores apontaram que estão avançando ações judiciais e políticas para responsabilizar a FTM, sua direção, a Secretaria de Cultura e a Prefeitura de São Paulo pelo ato autoritário de censura absurdo, e que a Flipei acontecerá em outro espaço de resistência da cidade, a ser anunciado em breve.
Fonte por: Carta Capital