O Teatro de Câmara Tulio Piva, em Porto Alegre, apresenta, nos dias 19, 20, 26 e 27 de julho, às 16h, a peça infantil *O Urso com Música na Barriga*, baseada no livro homônimo de Erico Verissimo, publicado em 1938. A apresentação é voltada para o público de 2 a 8 anos e é realizada pela companhia Atimonautas, que emprega a linguagem do teatro de animação para interpretar os personagens do Bosque Perdido.

Acompanha a rotina da família de ursos, composta pelo Sr. Urso-Pardo, Dona Ursa-Ruiva e seu filho, o Urso-Maluco. Quando optam por adquirir um novo filhote, o Urso-Maluco envia uma carta confidencial à Cegonha-Cor-de-Rosa, solicitando um irmão com música na barriga. O nascimento do novo ursinho, que se manifesta por sons melodiosos provenientes de seu corpo, altera a vida da família e desencadeia uma série de descobertas.

A peça trata, de forma lúdica, assuntos como diversidade, inclusão, obstáculos na comunicação e a experiência de conviver com as diferenças. Com duração de 45 minutos, a produção emprega bonecos de diversos tipos – incluindo aqueles para manipulação direta, vestimenta e marionetes – para explorar as atmosferas presentes na obra de Verissimo, reconhecido como um marco da literatura infantil brasileira.

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A direção é assinada por Arlete Cunha, atriz com trajetória reconhecida na cena teatral de Porto Alegre. A trilha sonora original foi composta por Ricardo Pavão e interpretada por instrumentistas como Betânia Demétrio (flauta doce) e Ingrid Locks Schmitt (saxofone). A iluminação está a cargo de Vinícius Lopes, que buscou compor uma ambientação visual alinhada à proposta estética da montagem.

Para Alberto Vermelho, ator e manipulador de bonecos, o interesse do público infantil é instantâneo. Ele relata que as crianças reagem com espanto e encantamento ao que ocorre no palco, frequentemente respondendo como um coro com exclamações como: “Cuidado!”, “Ai que lindo!”, “Sim sim, não não!”, “Ohhhhh!”. Segundo ele, o teatro de bonecos é uma ferramenta poderosa para abordar temas delicados com leveza e profundidade. “Quando os bonecos entram em cena, as crianças imediatamente se conectam a eles. Acreditam que eles existem, que estão vivos.”

O artista ressalta que a interação é intensa durante as apresentações. “Sempre é lindo ver a conexão dos pequenos com os bonecos. Nós que estamos no palco sempre ficamos encantados com a reação, com os gritos, com o encantamento do público. Às vezes as crianças até xingam o boneco que está aprontando alguma artimanha no palco, dizendo “isso não pode, não é assim””, afirma.

Segundo Vermelho, o espetáculo também oferece espaço para reflexões importantes sobre a forma como lidamos com as diferenças. “Outra coisa importante de se alimentar é que a obra de Erico Verissimo trata de um ursinho que se comunica pelos sons que emanam de sua barriga. Traçando um paralelo para os dias de hoje, esse ursinho é uma criança especial, uma criança que por vezes enfrenta dificuldades de comunicação, uma criança com necessidades especiais. E a linguagem do teatro de bonecos traz leveza para abordar um tema tão relevante para os dias atuais.”

Esta é a primeira vez que o livro recebe adaptação teatral por uma companhia. A obra já havia sido apresentada em sessões educativas em 2016, por meio de um projeto financiado pelo Fumproarte. Agora, retorna aos palcos em uma breve temporada com sessões abertas ao público.

O grupo Atimonautas, responsável pela encenação, iniciou sua trajetória em 2005 a partir da articulação de artistas, educadores e técnicos reunidos durante o Fórum Social Mundial. O coletivo tem como base o teatro de animação contemporâneo e desenvolve seus processos criativos a partir de experimentações com bonecos, luz e som.

Além das apresentações abertas, o grupo informa que crianças até 24 meses não pagam ingresso, desde que permaneçam no colo dos responsáveis. A partir de 2 anos e 1 dia, é cobrada meia-entrada mediante documento oficial.

Serviço

O Urso com Música na Barriga

Teatro Câmara Tulio Piva (Rua da República, 575 – Cidade Baixa, Porto Alegre/RS)

19, 20, 26 e 27 de julho, às 16h.

Classificação: Livre (indicado para crianças de 2 a 8 anos)

Duração: 45 minutos

Fonte por: Brasil de Fato