O general da reserva Mario Fernandes, ex-membro da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo de Jair Bolsonaro, declarou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que elaborou o documento que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do ex-governador Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.
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Fernandes encontra-se detido desde novembro de 2024 devido a seu envolvimento com os chamados “kids pretos”, grupo de militares que, sob a liderança do general Walter Braga Netto, desempenhou um papel relevante na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro.
“Afirmo. Este arquivo digital corresponde a um pensamento meu que foi digitalizado – um compilar de dados, um estudo de situação, uma análise de riscos que realizei e, por hábito, decidi digitalizar”, declarou Fernandes.
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O documento a que você se refere é o documento denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que detalhava um plano de execução de membros das autoridades Executiva e Judiciária.
O general, contudo, buscou se justificar afirmando que o documento não fora exibido a ninguém. Segundo ele, o plano foi impresso por costume para leitura fora de telas. “Imprimia para mim. Em seguida, desfazia o papel.”
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O militar foi questionado sobre o motivo de ter impresso três cópias em uma das impressoras do Palácio do Planalto e, 40 minutos depois, ter se deslocado até o Palácio do Alvorada, então residência oficial de Bolsonaro.
Fernandes, então, culpou a impressora, atribuindo o número de cópias à configuração do aparelho, e alegou ter sido uma coincidência seguir para o Alvorada na sequência dos eventos.
O depoimento de Fernandes integra uma das últimas etapas do processo penal que julga os suspeitos pela tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro. O julgamento poderá resultar em condenação ou absolvição dos acusados do denominado núcleo 2, do qual Fernandes faz parte. O resultado deve ser divulgado somente no segundo semestre.
A denúncia da PGR sobre a trama golpista foi dividida em quatro núcleos. O núcleo 1, composto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus, foi ouvido no mês passado. Essa parte do processo está nas alegações finais, última fase, e deve ser julgada em setembro.
Fonte por: Brasil de Fato