O interesse por acessibilidade em eventos corporativos cresceu 150%, conforme apurado pela consultoria Talento Incluir. O resultado demonstra uma transformação na organização de reuniões e vivências presenciais. A prática se tornou obrigatória e parte das expectativas do público.

No Brasil, 17,3 milhões de pessoas apresentam alguma deficiência, o que corresponde a 8,4% da população, conforme dados da PNAD 2022 (IBGE). A organização de eventos que não leva em conta esse público afeta diretamente a participação, a imagem das marcas e os resultados desejados.

Vanessa Chiarelli Schabbel, diretora executiva da Bop Comunicação Integrada, declara que “a acessibilidade é uma obrigação ética e profissional”. Com mais de 15 anos no setor, ela argumenta que a inclusão deve ser planejada desde o início e organizada considerando as necessidades efetivas dos envolvidos.

Planeje desde o início.

A estrutura acessível inicia-se ainda na fase de planejamento. É nessa etapa que se define o local, o formato e os recursos necessários para acomodar todos os participantes. Adiar o tema para o final do processo pode resultar em improvisos e falhas operacionais.

Vanessa afirma que a inclusão de acessibilidade no planejamento de eventos impede improvisos e assegura que todos os aspectos estejam prontos para atender adequadamente a todos os participantes.

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Escute quem vivencia a realidade.

A organização do evento requer a escuta atenta de pessoas com deficiência. O contato direto auxilia na prevenção de investimentos inadequados e soluções padronizadas. O princípio “nada sobre nós sem nós” permanece aplicado no planejamento de qualquer atividade inclusiva.

Vanessa ressalta que “é fundamental escutar aqueles que vivenciam as barreiras diuturnamente. Isso impede perdas e propicia soluções efetivamente adequadas”.

Modifique a estrutura física

Rampas, banheiros acessíveis e sinalização tátil devem ser itens obrigatórios. A falta dessas adaptações físicas impede a participação completa de parte do público e prejudica a reputação da organização.

A estrutura física do evento comunica muito sobre a seriedade com que a inclusão está sendo tratada, afirma Vanessa. Sem acessibilidade arquitetônica, o evento já começa excluindo.

Utilize diversos canais de comunicação

A comunicação deve incluir Libras, audiodescrição e legendas, principalmente em painéis, palestras e materiais informativos. Essas adaptações possibilitam que participantes com diversas necessidades compreendam e interajam com o conteúdo.

Vanessa ressalta: “Ao discutirmos inclusão, é necessário assegurar o acesso à informação em diversos formatos”.

Desenvolva a equipe

Os colaboradores envolvidos no atendimento aos participantes necessitam de treinamento. A preparação abrange a utilização de linguagem respeitosa, a atenção às demandas específicas e a orientação para lidar com situações inesperadas.

Vanessa afirma que “mais do que infraestrutura, a inclusão se faz com atitude”. O planejamento da equipe transforma um evento acessível em um evento realmente acolhedor.

Empresas serão agora responsabilizadas por ações específicas.

Vanessa conclui que a acessibilidade influencia significativamente a imagem das empresas. Para ela, “quando as marcas promovem eventos genuinamente inclusivos, evidenciam um compromisso autêntico com a diversidade e conquistam a confiança do público, o que se reflete positivamente nos resultados comerciais”.

Fonte por: Carta Capital