Abimaq afirma que Brasil não é prioridade dos EUA nas negociações
A associação relata que os esforços se concentram em países como México, China e Japão, juntamente com a União Europeia.

O presidente-executivo da Abimaq, associação que representa a indústria de máquinas e equipamentos, uma das mais afetadas pela tarifação americana, José Velloso, ressalta que o Brasil não é prioridade para os Estados Unidos nas negociações comerciais.
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Ele declara que os esforços estão concentrados em países como México, China e Japão, juntamente com a União Europeia, em entrevista ao Capital Insights, programa da CNN Money e da Broadcast exibido às 19h.
Em contato com um interlocutor em Washington, a informação que se tem é que o USTR, Escritório Representante de Comércio dos EUA, possui uma restrição de tamanho, de equipe.
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Brasil é um país relevante no comércio com os Estados Unidos, porém, quando se consideram os dados e as questões estratégicas, sob a ótica americana, o Brasil não é uma prioridade.
Acredito que Brasil e EUA irão se sentar à mesa e chegar num resultado diferente, pois 50% de taxas é uma penalização. Não há motivo para penalizar o Brasil na questão do comércio. Só que isso não vai ser logo porque o Brasil não estará entre as prioridades dos vários acordos que os EUA estão negociando, completa.
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Velloso afirma que o Brasil está agindo para evitar sanções da USTR em questões em que não possui responsabilidade no âmbito comercial.
A política continua influenciando nessa relação, colocando na Seção 301 questões difíceis de transpor, e há empresas apresentando prejuízos.
A administração do USTR realizou, nesta quarta-feira (3), a primeira audiência pública no âmbito do processo de investigação, na qual os Estados Unidos acusam o Brasil de práticas desleais.
No segmento de máquinas e equipamentos, com a taxa de 50% aplicada, estima-se uma perda de faturamento de aproximadamente R$ 23 bilhões anualmente, correspondendo a R$ 20 bilhões em vendas diretas.
O cancelamento das vendas para os Estados Unidos resultaria em uma redução de 20 mil empregos diretos e 80 mil indiretos na cadeia, gerando um impacto significativo na microeconomia do país.
Velloso destacou a dificuldade em desviar as exportações para outros mercados, ainda que reconheça a importância de o Brasil buscar novos acordos para reduzir os impactos negativos.
Contudo, o principal desafio do empresário é o juro elevado, afirmou o presidente da Abimaq, que reconheceu a necessidade de revisão de subsídios e incentivos. Ele concluiu que, apesar da inovação, o ambiente macroeconômico corrente não é favorável ao consumo, restringindo o potencial de crescimento do setor de máquinas e equipamentos no Brasil.
A expansão é de 18%, porém a projeção para o encerramento do ano é de 5%, com desaceleração. A positiva notícia é que haverá crescimento, após três anos consecutivos com resultados negativos.
O programa Capital Insights, em parceria com o CNN Money, realiza entrevistas semanais com especialistas do mercado financeiro para analisar o cenário econômico do Brasil e do mundo. O programa é exibido todas as quintas-feiras, às 19h, no CNN Money.
Brasil exporta petróleo, café e aeronaves para os Estados Unidos.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.