A União Europeia pretende incluir créditos de carbono como parte da sua nova meta climática
A Comissão Europeia deve apresentar meta climática legalmente obrigatória para 2040 na quarta-feira (2).

A Comissão Europeia deve incluir créditos de carbono adquiridos de outros países para alcançar a meta climática da União Europeia para 2040, conforme revelado por um documento da Comissão visto pela Reuters.
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A Comissão propõe uma meta climática da UE juridicamente obrigatória para 2040 na quarta-feira (2).
O executivo da UE havia planejado inicialmente um corte de 90% nas emissões líquidas, em relação aos níveis de 1990, mas nos últimos meses buscou tornar essa meta mais flexível, em resposta à resistência de governos como Itália, Polônia e República Tcheca, preocupados com o custo.
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Uma análise interna da Comissão indicou que a União Europeia poderia utilizar “créditos internacionais de alta qualidade” de um mercado de créditos de carbono financiado pela ONU para alcançar 3% das reduções de emissões em relação à meta de 2040.
O documento indicava que a introdução de créditos ocorreria de forma gradual a partir de 2036, e que uma legislação complementar da UE definiria os critérios de origem e qualidade que esses créditos deveriam cumprir, além de especificar os mecanismos de aquisição.
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A ação, na prática, simplificaria os ajustes nas emissões e os investimentos necessários das indústrias europeias para alcançar a meta de 90% de redução de emissões.
Para a parte da meta alcançada por créditos, a UE adquiriria “créditos” de projetos que diminuíssem as emissões de CO2 fora da Europa – por exemplo, a restauração florestal no Brasil – em vez de reduzir as emissões no continente europeu.
A alegação é que esses créditos representam uma maneira fundamental de obter recursos para iniciativas de diminuição da emissão de CO2 em países em desenvolvimento.
Recentes escândalos demonstraram que certos projetos geradores de créditos não alcançaram os resultados climáticos prometidos.
A comissão indicou que incluirá outras flexibilizações na meta de 90%, ao mesmo tempo em que Bruxelas busca limitar a resistência de governos que enfrentam dificuldades para financiar a transição verde, considerando também prioridades como defesa e indústrias que argumentam que regulamentações ambientais ambiciosas comprometem sua competitividade.
O documento também contempla a incorporação de créditos de projetos que eliminam CO2 da atmosfera no mercado de carbono da UE, permitindo que as indústrias europeias adquiram esses créditos para neutralizar parte de suas próprias emissões.
O projeto também concederia aos países maior flexibilidade sobre quais setores de suas economias desempenhariam o trabalho pesado para alcançar a meta de 2040, “para apoiar o cumprimento das metas de forma econômica”.
Um porta-voz da Comissão se recusou a comentar sobre a próxima proposta, que ainda pode sofrer alterações antes de ser divulgada na semana seguinte.
A União Europeia e o Parlamento Europeu devem negociar o objetivo final e podem modificar o que a Comissão propõe.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Lara Campos
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.