A organização afirmou ter conhecimento prévio do anúncio de Trump e estava preparada.
A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, manifestou seu pesar por meio de comunicado na terça-feira (22) em relação à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de remover o país da organização pela segunda vez.
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A embaixadora da Unesco, Joanna Wrone-Malley, lamentou profundamente a decisão do Presidente Donald Trump de remover os Estados Unidos da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – uma decisão que entrará em vigor no final de dezembro de 2026.
Trump implementou ações parecidas em seu primeiro mandato, afetando a Organização Mundial da Saúde, o Conselho de Direitos Humanos da ONU, um acordo global sobre mudanças climáticas e o acordo nuclear com o Irã.
No documento, Azoulay declara que a decisão “contradiz os princípios fundamentais do multilateralismo”, podendo impactar parceiros do próprio país, incluindo comunidades que buscam incluir locais na Lista do Patrimônio Mundial.
A diretora comunicou que já tinham ciência do anúncio e a organização estava preparada, explicando também que não consideram demissões neste momento.
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Realizamos importantes reformas estruturais e diversificamos nossas fontes de financiamento. Devido aos esforços da organização desde 2018, a tendência decrescente da contribuição financeira dos EUA foi compensada, representando agora 8% do orçamento total.
De acordo com Azoulay, o orçamento geral da entidade tem apresentado um crescimento contínuo. Atualmente, a Organização está mais protegida financeiramente, com o apoio constante de um grande número de Estados-Membros e contribuintes privados. Essas contribuições voluntárias dobraram desde 2018.
Os Estados Unidos apresentaram as mesmas justificativas de 2017 para sua saída da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, sem detalhar o motivo.
A porta-voz do Departamento de Estado americano, Tammy Bruce, divulgou uma declaração nesta terça-feira (22): “A UNESCO trabalha para promover causas sociais e culturais conflitantes e mantém um foco excessivo nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, uma agenda globalista e ideológica para o desenvolvimento internacional, em desacordo com nossa política externa de ‘América em Primeiro Lugar’.”
A iniciativa representa um revés para a agência com sede em Paris, criada após a Segunda Guerra Mundial para fomentar a paz através da cooperação internacional em educação, ciência e cultura.
Joe Biden anulou a decisão de Trump de saída implementada ao assumir o cargo em 2021. Com Trump de volta à Casa Branca, os Estados Unidos estão novamente se afastando dessas organizações internacionais.
Os Estados Unidos se juntaram à Unesco na sua fundação, em 1945, mas se retiraram pela primeira vez em 1984, em protesto contra a suposta má administração financeira e a percepção de um viés anti-EUA, retornando quase 20 anos depois, em 2003, sob o comando do presidente George W. Bush, que então afirmava que a agência havia realizado as reformas necessárias.
Fonte por: CNN Brasil
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Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.