A Síndrome Nefrótica, condição diagnosticada na filha do músico Júnior Lima, qual é?

Lara, com três anos, foi diagnosticada com uma doença que impacta os rins e pode apresentar diversas origens.

23/07/2025 17:45

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A Síndrome Nefrótica, condição diagnosticada na filha do músico Júnior Lima, qual é?
(Imagem de reprodução da internet).

Uma condição que afeta a função de filtração dos rins e pode levar à diminuição da imunidade chamou a atenção da mídia brasileira após o músico Junior Lima e sua esposa, Monica Benini, anunciarem o diagnóstico da filha, Lara, de três anos, que foi diagnosticada com Síndrome Nefrótica.

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O distúrbio renal é caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas decorrentes de uma lesão nos glomérulos. Essas estruturas diminutas se assemelham a agregados de vasos sanguíneos com pequenos poros, localizadas nos rins e responsáveis pela filtração do sangue.

A ocorrência de danos nesses glomérulos resulta em um aumento da permeabilidade, causando a perda excessiva de proteínas na urina, notadamente a albumina. Os sinais iniciais da Síndrome Nefrótica podem ser discretos, o que reforça a importância da atenção a alterações, sobretudo em crianças.

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Inicialmente, a doença pode provocar perda de apetite, sensação de mal-estar geral e inchaço (edema) nas pálpebras e em outros tecidos do corpo. Essa manifestação é consequência do excesso de sódio e da retenção de água.

Na manhã, ele se localiza principalmente na face e nas costas. Durante o dia, com a prática de atividades sentadas ou em pé, ele se desloca para as pernas e a parte inferior do corpo, devido à gravidade.

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A urina de indivíduos com a síndrome pode apresentar excessiva espuma, o que sugere perda proteica anormal. Fadiga, dor abdominal e ganho de peso súbito são outros sintomas que requerem atenção.

Em situações mais sérias, podem ocorrer complicações como o acúmulo substancial de líquido na cavidade abdominal (ascite) ou ao redor dos pulmões (derrame pleural), que provocam dor e dispneia, respectivamente. Existe também um aumento no risco de eventos tromboembólicos, incluindo a formação de trombos venosos ou arteriais.

Pacientes com essa condição apresentam maior vulnerabilidade a complicações em situações de infecções. Isso ocorre devido à produção inadequada de anticorpos e até à perda pela urina, o que representa risco de sepse. Em casos graves, a síndrome pode evoluir para insuficiência renal aguda ou crônica e doença renal crônica terminal.

A Síndrome Nefrítica pode decorrer da própria nefropatia ou ser resultado de enfermidades sistêmicas e até mesmo de fatores externos. Neste caso, a causa mais frequente, particularmente em crianças, é a denominada Doença de Lesão Mínima, que impacta os glomérulos renais, responsáveis pela filtração do sangue.

Outra causa frequente quando a doença se origina no próprio órgão é a Glomeruloesclerose Segmentar e Focal (GESF), mais comum em adultos. Pode ser associada a perda considerável de proteínas na urina, pequenas quantidades de sangue na urina e hipertensão.

Já as causas secundárias associam a doença a outras condições de saúde, como a diabetes mellitus, principal causa em adultos. O lúpus eritematoso sistêmico, uma doença autoimune, também pode afetar os rins e causar a síndrome.

A lista inclui ainda infecções virais, como hepatites B e C, HIV, e alguns tipos de câncer, como linfomas, leucemias e tumores sólidos. O uso de medicamentos, como anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), ouro, penicilamina, e até mesmo drogas ilícitas, como a heroína, também são listados como causas.

O manejo da Síndrome Nefrótica é amplo, envolvendo medicamentos e alterações na dieta. O processo tem como foco o controle dos sintomas e das complicações, bem como o tratamento da causa subjacente. Os pacientes necessitam de restrição de sódio e controle do sal na alimentação, incluindo a evitação de produtos industrializados.

Apesar de não existir, em muitos casos, uma cura definitiva, diversas crianças, particularmente aquelas com formas idiopáticas, conseguem atingir uma remissão completa e conduzir uma vida normal, ainda que com a chance de novas ocorrências.

O prognóstico depende da causa primária, da idade do paciente, do tipo e da gravidade da lesão renal, bem como da resposta ao tratamento. Casos decorrentes de outras enfermidades, por exemplo, podem apresentar uma progressão mais séria e necessitar de monitoramento contínuo.

Fonte por: Brasil de Fato

Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.