A Shein busca abrir capital em Hong Kong após dificuldades no Reino Unido
Empresa de varejo com sede em Singapura solicitou, de forma confidencial, a aprovação da Comissão Reguladora de Valores da China para sua operação.

A Shein, varejista de moda rápida sediada na China e com sede em Singapura, submeteu confidencialmente uma proposta de IPO (Oferta Pública Inicial), com o objetivo de vender suas ações na Bolsa de Valores de Hong Kong e solicitou a aprovação da CSRC (Comissão Reguladora de Valores da China) na semana passada.
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A decisão foi tomada após aproximadamente 18 meses de impasse em sua tentativa de abrir capital em Londres, devido a divergências regulatórias, sobretudo em relação à sua cadeia de fornecimento vinculada à região “politicamente sensível” de Xinjiang. A região é alvo de acusações por supostas violações de direitos humanos contra a população local.
A FCA (reguladora do Reino Unido) aprovou, no início de 2025, uma versão preliminar de prospeção, contudo, a CSRC rejeitou. A Shein, com aproximadamente US$ 12 bilhões em caixa, não tem pressa para o IPO, mas enfrenta pressão de investidores.
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A tentativa de listagem em Hong Kong também serve como estratégia para pressionar o Reino Unido a suavizar as normas, visto que Londres continua sendo a opção mais indicada pelos investidores. Contudo, as perspectivas são poucas.
Em janeiro, um parlamentar britânico manifestou preocupações à FCA após um executivo da Shein se recusar a comentar sobre o uso de algodão de Xinjiang. A Bolsa chinesa é considerada mais flexível em relação à discricionariedade de riscos políticos, e o governo chinês tem incentivado empresas a priorizar Hong Kong para listagens no exterior.
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Goldman Sachs, Morgan Stanley e JPMorgan continuam assessorando a Shein, porém não emitiram declarações sobre o caso. Da mesma forma, nem a Shein, nem os órgãos reguladores se pronunciaram publicamente em relação ao tema.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.