A secretária afirmou que Torres desejava capturar os chefes dos protestos antidemocráticos
Ana Paula Marra declarou ao STF que foi designada para atender indivíduos em situação de rua que se encontravam no QG do Exército, em Brasília, em 2023.

A secretária de Desenvolvimento Social do Distrito Federal, Ana Paula Marra, afirmou que o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, desejava prender os líderes do acampamento em frente ao quartel-general do Exército durante os eventos de 8 de janeiro.
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Marra declarou ao STF que foi chamada para uma reunião de desmobilização dos acampamentos no dia anterior aos atos extremistas. Ela foi ouvida como testemunha de Torres no processo em que ele é réu por tentativa de golpe.
A secretária declarou que sua presença na reunião foi justificada pela necessidade de atender pessoas em situação de vulnerabilidade que se deslocavam até os acampamentos para obter alimentos. Ela afirmou que o Torres solicitou que ela “filtrasse” os participantes, enquanto a Secretaria de Segurança Pública garantiria a segurança pública.
Marra declarou que o general Gustavo Dutra e Anderson Torres discutiam a possibilidade de ordenar a prisão dos líderes do acampamento, abordando a questão da segurança pública e buscando sua participação antes de acionar a força policial.
Marra afirmou que Torres solicitou o retorno de pessoas que participaram dos atos extremistas, provenientes de outros estados. Marra detalhou que a organização possuía um programa de assistência para esses indivíduos.
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A Procuradoria Geral da República alega que Torres negligenciou a proteção das sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro. O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal havia se deslocado para a Disney, em Orlando (EUA), antecipadamente aos eventos.
O Plenário do STF iniciou, em 19 de maio, a análise dos depoimentos de testemunhas apontadas pelo Ministério Público Federal. A acusação sustenta que o grupo foi responsável por liderar a organização criminosa.
As testemunhas de Anderson Torres, Jair Bolsonaro e Paulo Sérgio Nogueira prestaram depoimento na sexta-feira (30.mai).
Na audiência de hoje, a defesa de Torres desistiu de ouvir Valdemar Costa Neto, Ubiratan Sanderson, Marcos Montes, Sandro Nunes Vieira e Saulo Luis Bastos.
As declarações das testemunhas de Torres e Bolsonaro prosseguem na tarde de hoje, a partir das 14h. Todas as audiências devem ser concluídas até o dia 2 de junho.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Marcos Oliveira
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.