A Rússia se tornou o principal fornecedor de diesel para o Brasil durante o governo Lula
Estados Unidos ocupam a segunda posição em junho de 2025; especialista aponta influência do conflito na Ucrânia.

A Rússia se consolidou como o principal fornecedor de diesel para o Brasil durante a maior parte do período do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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De acordo com informações do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), a União Europeia se tornou a principal fonte de importações de combustíveis a partir de abril de 2023.
Anteriormente, os Estados Unidos eram os maiores exportadores de diesel para o Brasil. Observe a evolução mensal a partir de 2019 no infográfico abaixo.
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Os brasileiros adquiriram US$ 12,4 bilhões do produto russo desde janeiro de 2023 até junho de 2025. Isso representa mais que o dobro da compra dos Estados Unidos no mesmo período, que foi de US$ 5,0 bilhões.
Especialistas apontam que o movimento foi notado devido à Guerra da Ucrânia. O conflito fez com que diversos países aplicassem sanções sobre o diesel russo, restringindo suas vendas.
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A Rússia reduziu os preços, o que tornou o combustível mais atraente para o Brasil, que não consegue atender à demanda internamente.
O Brasil, através dessa rota, passa a adquirir diesel russo. Assim, desde o início do conflito, a importação de diesel russo direto representa cerca de 60% do nosso consumo, afirmou ao Poder360 o sócio-fundador do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), Adriano Pires.
O especialista também afirma que grande quantidade de diesel russo chega ao Brasil indiretamente por meio da Índia e de outros países, que refinam parte do petróleo do país europeu.
Ana Mandelli, diretora de downstream do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás), afirmou que o fluxo de entrada do produto russo ocorreu antes do governo Lula. De acordo com ela, trata-se de um movimento natural do mercado devido à oferta e à demanda.
Observou que houve um aumento significativo do diesel russo em 2022, que pode ter atingido o ponto máximo no início de 2023, porém era um fenômeno que já vinha ocorrendo anteriormente.
Os Estados Unidos de Donald Trump (Partido Republicano) aplicaram uma tarifa de 50% nas importações brasileiras. Lula assinou um decreto que regulamenta uma retaliação ao movimento americano.
Se não houver acordo e a guerra comercial se intensificar, a presença dos Estados Unidos no mercado de diesel no Brasil tende a diminuir ainda mais, o que favorece a expansão dos russos no país.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.