A Rússia responde à ameaça de Trump, classificando ultimatos como “inaceitáveis”
O presidente dos EUA apresentou um ultimato a Moscou, declarando que poderá implementar tarifas secundárias de até 100% contra a Rússia.

O porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, reagiu à ameaça tarifária feita na última segunda-feira (14) por Donald Trump. Ele considerou a fala uma “declaração muito séria” e Putin comentará o assunto “se e quando julgar necessário”.
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A declaração do presidente dos EUA é muito séria. Há algo nela que é dirigido pessoalmente ao presidente Putin. Certamente precisamos de tempo para analisar o que foi dito em Washington. E se e quando o presidente Putin julgar necessário, ele certamente comentará.
O presidente dos EUA apresentou um ultimato a Moscou, declarando que poderá implementar tarifas de até 100% contra a Rússia, caso o país não alcance um acordo sobre a guerra na Ucrânia em 50 dias.
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Ademais do porta-voz do Kremlin, outros que se pronunciaram em resposta às declarações de Trump foi o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, que considerou a ameaça do republicano como resultado de uma pressão da União Europeia.
“50 dias, antes eram 24 horas, eram 100 dias, já passamos por tudo isso e queremos realmente entender o que motiva o presidente dos EUA. É evidente que ele está sob enorme, eu diria, indecente pressão da União Europeia e da atual liderança da Otan, que apoiam sem cerimônia as demandas de Zelensky”, afirmou o chanceler.
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O ministro Serguei Lavrov declarou que a Rússia está enfrentando e continuará lidando com as sanções, ressaltando que os responsáveis por novas restrições também sofrerão reações.
O vice-ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Ryabkov, por sua vez, afirmou que “qualquer tentativa de fazer exigências a Moscou é inaceitável”. Ryabkov também observou que a Rússia deseja que os EUA e a Otan levem a posição russa com a máxima seriedade. “É claro que notamos, antes de tudo, que qualquer tentativa de fazer exigências, especialmente ultimatos, é inaceitável para nós”, disse o diplomata, citado pela mídia estatal russa, na terça-feira, 15 de julho.
Ryabkov observou que o caminho diplomático para a resolução do conflito na Ucrânia é preferível para o lado russo e que Moscou está pronta para negociar. “Precisamos nos concentrar no trabalho político e diplomático. O presidente da Federação Russa afirmou repetidamente que estamos prontos para negociar e que o caminho diplomático é preferível para nós”, disse o vice-ministro. “Mas se isso não encontrar uma resposta adequada, se não conseguirmos atingir os objetivos por meio da diplomacia, então a operação militar especial (nome oficial usado para a guerra da Ucrânia) continuará”, acrescentou.
Na última segunda-feira, Donald Trump afirmou estar “frustrado” em relação à falta de resultados nas recentes conversas com Putin.
Chego em casa e informo à primeira-dama: “Vladimir (Putin) e eu tivemos uma conversa maravilhosa hoje”. Ela responde: “Sério? Mais uma cidade acabou de ser atacada [na Ucrânia]”, acrescentou o presidente dos EUA. Segundo ele, “quando isso acontece três ou quatro vezes, você percebe que essas conversas [com Putin] não fazem o menor sentido”.
Dmitry Peskov acrescentou que esta situação leva o lado ucraniano a interpretar o cenário atual “não como um sinal de paz, mas como um sinal para prosseguir com a guerra”.
Ele notou que Moscou espera as sugestões de Kiev para a condução de uma terceira rodada de negociações de paz. “Permanecemos disponíveis, ainda não recebemos propostas do lado ucraniano”, declarou.
Envio de armas à Ucrânia
Outro ponto da declaração de Donald Trump foi que os EUA e a OTAN chegaram a um acordo sobre o fornecimento de armas à Ucrânia, que será financiado pelos países europeus.
Ele afirma que novas remessas de armas dos Estados Unidos incluem sistemas Patriot, e a viabilidade de transferir 17 desses sistemas está sendo avaliada. A OTAN e o representante permanente dos EUA na aliança, Matt Whitaker, estão coordenando a transferência de armamento.
Fonte por: Brasil de Fato
Autor(a):
Ana Carolina Braga
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.