A Rússia lança nova criptomoeda vinculada ao rublo para contornar restrições internacionais

Lançada em fevereiro, a A7A5 visa proporcionar um canal de pagamento alternativo para empresas e cidadãos russos envolvidos em comércio internacional.

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(Imagem de reprodução da internet).

A Rússia teria buscado evitar as sanções ocidentais relacionadas à guerra na Ucrânia, apostando na A7A5, uma criptomoeda vinculada ao rublo, vista como menos monitorada que as de referência ao dólar. Especialistas consultados pela agência AFP apontam que esse sistema de pagamentos paralelo se mostra particularmente eficiente.

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Lançada em fevereiro por um oligarca moldavo pró-Rússia que está foragido e por um banco estatal russo, a A7A5 visa fornecer um canal de pagamento alternativo para empresas e cidadãos russos que realizam comércio internacional, conforme indica um relatório da ONG britânica Centre for Information Resilience (CIR), publicado no final de junho.

Essa criptomoeda é uma stablecoin, ou seja, uma moeda digital que reflete o valor de uma moeda tradicional. É, segundo George Voloshin, da organização Acams (voltada à prevenção da lavagem de dinheiro), “o primeiro stablecoin vinculado ao rublo”.

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Apesar do uso da A7A5 ainda ser visto como limitado, Voloshin considerou o projeto um passo importante para a Rússia alcançar autonomia em relação aos principais atores do setor cripto.

Qual o impacto disso nas sanções internacionais?

Desde a anexação da Crimeia em 2014, os Estados Unidos e seus aliados implementaram uma série de sanções contra a Rússia: exclusão do sistema financeiro SWIFT, congelamento de ativos de grandes bancos e proibição de investimentos estrangeiros. Algumas entidades russas já foram alvo de sanções por utilizar criptomoedas – particularmente stablecoins – como forma de contornar essas restrições.

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Estudos de empresas como Elliptic revelam que usuários doaram criptomoedas diretamente tanto para as forças militares ucranianas quanto para milícias russas. Moscou, por sua vez, enfrenta dificuldades com o USDT, stablecoin mais utilizado e controlado pela empresa Tether, que colabora com governos ocidentais.

Em março, a Tether bloqueou carteiras virtuais com aproximadamente 28 milhões de dólares em USDT pertencentes à Garantex, principal plataforma russa de criptoativos.

Posteriormente, a Garantex foi encerrada por uma ação coordenada entre autoridades dos EUA e da Europa, devido ao seu envolvimento no financiamento de operações com grupos criminosos, incluindo hackers.

A pesquisadora Elise Thomas, que investigou o caso para o CIR, observou que o incidente representou um alerta para as autoridades russas, evidenciando a necessidade de desenvolver uma criptomoeda estável, controlada por elas.

Antes mesmo da falência da Garantex, milhões de dólares em USDT já estavam sendo convertidos para A7A5, conforme apurado pela empresa de análise Global Ledger.

Estratégia moldava e manobras geopolíticas.

A A7A5 é assegurada por depósitos no Promsvyazbank, um banco sob sanções devido às suas ligações com o governo russo e o setor de defesa. Apesar disso, foi registrada no Quirguistão e é negociada na plataforma Grinex – também sediada neste país da ex-URSS – que possui um “ambiente legal mais favorável e menos exposto a sanções”, segundo Leonid Shumakov, diretor do projeto A7A5.

Em menos de seis meses, aproximadamente 150 milhões de dólares já circulavam na A7A5, de acordo com levantamento do CoinMarketCap. George Voloshin acredita que essas transações não são necessariamente ilegais, desde que os envolvidos não estejam sancionados ou tentando acessar o sistema financeiro global.

O principal acionista do grupo A7, responsável pela criptomoeda, é Ilan Shor – empresário e político moldavo refugiado na Rússia. Pesquisas do CIR apontam conexão entre a A7A5 e operações políticas de influência na Moldávia lideradas por Shor, incluindo sites com o mesmo endereço IP que a plataforma da moeda.

Nos últimos meses, o grupo A7 foi sancionado pelo Reino Unido e pela União Europeia, que apontaram seus “fortes vínculos com Moscou” e envolvimento em “tentativas de interferência nas eleições moldavas”. A equipe da A7A5 não respondeu aos pedidos de comentário da AFP até o momento.

Fonte por: Carta Capital

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