A União Europeia implementou o 18º pacote de sanções contra a Rússia na semana passada; a China também manifestou sua discordância em relação às medidas…
A Rússia anunciou medidas de resposta aos 17º e 18º pacotes de sanções adotados contra Moscou pela União Europeia na última sexta-feira (18). Em decisão publicada nesta terça-feira (22), o Ministério das Relações Exteriores da Rússia ampliou a lista de pessoas proibidas de entrar no país.
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De acordo com o comunicado do ministério, as sanções europeias contra a Rússia são “unilaterais, ilegais do ponto de vista do direito internacional” e “prejudicam as prerrogativas” do Conselho de Segurança da ONU.
Em reação a tais atos hostis, a Rússia ampliou consideravelmente a lista de representantes de instituições europeias, Estados-membros da UE e de diversos países europeus que estão aderindo à política anti-russa de Bruxelas, afirmou a chancelaria.
A entrada no país é proibida para “agentes de agências de segurança pública, organizações estatais e comerciais, cidadãos de Estados-membros da UE e de outros países ocidentais que forneçam assistência militar à Ucrânia ou tentem minar a integridade territorial da Rússia”.
Também afeta representantes de estruturas europeias, órgãos governamentais de países da UE e outros Estados europeus envolvidos no julgamento de autoridades russas por “prisões ilegais e remoção de pessoas de territórios ucranianos”.
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Em resposta, a diplomacia russa também aponta que as novas restrições visam aqueles que estão envolvidos na criação de um “tribunal” contra a liderança russa, que defendam o confisco de ativos estatais russos e sejam responsáveis pela imposição de sanções contra a Rússia.
Os representantes dos Estados-membros da União Europeia (UE) concordaram, na sexta-feira (18), com um novo pacote de sanções contra Moscou. As novas medidas intensificam as sanções já aplicadas aos compradores e transportadores de petróleo e seus derivados, além de bancos e empresas russas que operam na China e em Belarus, visando impedir o desvio das restrições europeias.
A chefe da política externa do bloco, Kaja Kallas, considera que se trata de um dos pacotes de sanções “mais severos contra a Rússia”.
As sanções impactam 18 indivíduos físicos e 41 entidades jurídicas, com uma diminuição do preço máximo do petróleo russo de US$ 60 para US$ 47,6 por barril. Adicionalmente, foi definido que essa cotação será dinâmica e revisada automaticamente a cada seis meses.
O documento também proíbe o acesso de 105 navios aos portos e serviços da UE. Assim, mais de 400 navios estão na lista de proibições. A União Europeia também proibiu a importação de produtos petrolíferos produzidos pelo refino do petróleo russo e vendidos em todo o bloco sob uma marca diferente. As restrições afetarão ainda 11 empresas fora da Rússia, incluindo quatro na China e três em Hong Kong, que são acusadas de conseguirem contornar as sanções.
Conforme a chancelaria russa, “[â¦] não são capazes de ter qualquer impacto na política do nosso país”.
A Rússia continuará defendendo seus interesses nacionais e protegendo uma nova ordem mundial justa. As decisões subsequentes de sanções da União Europeia também receberão uma resposta oportuna e adequada.
A China também se manifestou de forma enfática em relação ao mais recente pacote de sanções europeias contra Moscou, afirmando que “agiria com firmeza” em resposta às medidas, que abrangem entidades chinesas.
Pequim exigiu que a União Europeia cessasse imediatamente a prática de sancionar suas empresas e instituições financeiras, assegurando que adotaria medidas para proteger seus interesses nacionais.
A ação da União Europeia contrasta com o espírito de consenso entre os líderes da China e União Europeia, e acarreta graves consequências negativas para as relações econômicas e comerciais, bem como para a cooperação financeira entre ambos.
A diplomacia chinesa evidenciou sua “firme oposição e profunda insatisfação” com a decisão europeia, avisando que Pequim adotará as medidas necessárias para proteger os direitos e interesses das empresas e instituições financeiras chinesas.
Diante da intensificação da crise nas relações diplomáticas e da cooperação entre Moscou e o Ocidente, durante o último fim de semana, o governo russo cancelou um acordo de cooperação militar com a Alemanha, que havia sido estabelecido em 1996. A decisão foi formalizada pelo primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin.
O acordo compreendia oito artigos. Em 1996, os estados concordaram em apoiar o desenvolvimento da cooperação entre suas indústrias militares e departamentos de defesa, criar uma comissão russo-alemã para cooperação técnico-militar, preservar segredos militares transferidos sob o acordo e não comercializar armas produzidas em conjunto com outros países.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores russo, o acordo “não corresponde absolutamente ao estado atual das relações interestatais russo-alemãs”. A diplomacia russa acrescentou que as relações atuais se desenvolveram devido à “política hostil” das autoridades alemãs e às “aspirações militaristas do governo alemão”.
Fonte por: Brasil de Fato
Autor(a):
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.