A Rússia afirma que o envio de armas para a Ucrânia é um indicativo de que o país está sendo incentivado a abandonar as negociações

O Kremlin declarou que não tolerará “chantagem” em resposta à nova ameaça de sanções de Washington.

17/07/2025 20:17

3 min de leitura

A Rússia afirma que o envio de armas para a Ucrânia é um indicativo de que o país está sendo incentivado a abandonar as negociações
(Imagem de reprodução da internet).

A Rússia declarou, na quinta-feira (17), que a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de incrementar o envio de armamentos para a Ucrânia representa um indicativo para Kiev interromper seus esforços de paz.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O Kremlin adicionou que não aceitará a “chantagem” na nova ameaça de sanções de Washington.

A utilização de ultimatos, extorsões e ameaças é inaceitável para nós. Adotaremos todas as medidas necessárias para assegurar a segurança e defender os interesses do nosso país”, declarou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.

Leia também:

Esta semana, o presidente dos Estados Unidos adotou uma posição mais firme em relação à guerra na Ucrânia, definindo um período de 50 dias para que Moscou negociasse um cessar-fogo, sob o risco de sanções. Os EUA também asseguraram o envio de novos mísseis e armamentos adicionais para Kiev.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

É óbvio que o governo de Kiev constantemente interpreta tais decisões do Ocidente como um estímulo para prosseguir com o genocídio e abandonar o processo de paz”, declarou Zakharova em uma coletiva de imprensa em Moscou.

Conflito de maior magnitude desde a guerra mundial.

O conflito na Ucrânia, iniciado em fevereiro de 2022, representa o combate mais violento da Europa desde a Segunda Guerra Mundial, com a estimativa de que 1,2 milhão de indivíduos sofreram lesões ou faleceram.

Moscou alega ter sido compelida a iniciar a guerra como medida de proteção contra a expansão da OTAN.

Ucrânia e a maioria dos governos ocidentais entendem a guerra da Rússia como uma tomada de terras com características de colonização.

As tropas russas detêm atualmente aproximadamente um quinto do território ucraniano e avançam gradualmente, porém com persistência, por meio de um extenso corredor de frente, incorrendo, segundo a avaliação dos EUA, em significativas baixas.

Trump, que considerava o encerramento do conflito como uma prioridade de seu governo, está ameaçando com “tarifas de 100% sobre a Rússia” e sanções adicionais a países que comprarem petróleo russo caso Moscou não concorde com um acordo de cessar-fogo dentro do prazo de 50 dias.

Um volume sem anterioridade de multas e restrições foi aplicado ao nosso país e aos nossos parceiros internacionais. São tantas que consideramos a ameaça de novas sanções uma situação habitual.

Aumento do risco em escala mundial.

Tanto o presidente russo, Vladimir Putin, quanto Trump alertaram consistentemente sobre os perigos aumentantes do conflito, que ambos descreveram como uma guerra por procuração entre as duas maiores potências nucleares do mundo.

Os esforços dos Estados Unidos para mediar negociações de paz entre Kiev e Moscou permanecem paralisados.

A Rússia afirma estar disponível para prosseguir com novas negociações, porém, ressaltou que exige o controle total dos quatro territórios ucranianos que declarou como seus, sob condições que a Ucrânia considera inaceitáveis.

Moscou também deseja retomar seu relacionamento bilateral com os Estados Unidos, quando possível, ainda que as recentes ações de Trump em relação à Ucrânia tenham deteriorado o clima.

O presidente dos Estados Unidos reiterou que estava “muito desapontado” com Putin e considerou sua decisão de enviar mais armamentos para a Ucrânia como um esforço para conduzir a Rússia em direção à paz.

Negociação inflexível

Putin planeja prosseguir com os esforços de combate na Ucrânia até que o Ocidente atenda aos seus termos de paz, ignorando as ameaças de sanções mais severas, e suas exigências territoriais podem expandir-se conforme o avanço das tropas russas.

O ex-presidente russo Dmitry Medvedev declarou que a Rússia não possuía intenções de atacar a OTAN ou a Europa. Contudo, ele afirmou que o país deveria responder e, caso fosse necessário, realizar ataques preventivos caso considerasse que o Ocidente estivesse intensificando o que ele definiu como uma guerra em larga escala contra a Rússia.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.