A realidade se revelou: o grupo Bolsonaro detesta o Brasil e põe em risco nossa soberania
A fraude de chantagem de Trump, com o apoio da direita radical brasileira, não impedirá que o Brasil realize suas próprias decisões geopolíticas.

Um grave ataque à soberania brasileira foi lançado por Donald Trump na semana passada. A carta publicada na rede do próprio presidente dos EUA, ironicamente chamada de “Truth Social”, era imperativa e imperialista. Exigia que o governo Lula e o Supremo Tribunal Federal desistissem dos processos contra o golpista e réu Jair Bolsonaro (PL) para evitar a taxação de 50% sobre “todo e qualquer produto brasileiro” a partir de 1º de agosto. Longe de qualquer diplomacia, o nome disso é chantagem. Chantagem explícita e truculenta, construída com mentiras, inédita na História das relações entre Brasil e EUA. Mas, infelizmente, a cara do governo Trump.
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O “agente laranja” age como um gângster, segundo o cineasta Spike Lee. A agressão ao Brasil não foi motivada apenas por solidariedade entre golpistas. Foi também um ataque direto aos BRICS, que acabaram de realizar uma cúpula no Rio de Janeiro muito produtiva, com importantes resoluções em temas como o multilateralismo, o fortalecimento econômico e solidário entre os países e até mesmo a criação de uma moeda comum como alternativa à onipresença do dólar.
O cenário de maior autonomia dos países do Sul Global, aliado à defesa de ideais semelhantes, favoreceu o ataque ao Brasil, uma tentativa de estabelecer-se como “xerife” mundial, incluindo a interferência no sistema judiciário de um país livre e soberano. Para o filho “zero-três” de Jair Bolsonaro, representou a concretização de um “sonho”. Em fevereiro, Eduardo Bolsonaro se afastou do mandato de deputado federal e se instalou nos EUA, com financiamento paterno, visando influenciar parlamentares e assessores de Trump a aplicar sanções ao Brasil caso o País não oferecesse “anistia” aos responsáveis pelo 8 de Janeiro. O alvo principal era o ministro do STF Alexandre de Moraes.
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Seus pressões surtiram efeito no momento oportuno, como forma de assegurar a obediência total do Brasil aos seus interesses. Contudo, o tom ameaçador e as exigências exageradas da carta pareceram surpreender até mesmo a extrema-direita brasileira, que agora se vê exposta, em toda a sua hipocrisia nacionalista e submissão ao truculento Trump. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (adorador do trumpismo e preferido do Faria Lima para o cargo de “Bolsonaro moderado”), chegou a remover de suas redes a foto com o boné do movimento neofascista MAGA (acrônimo de “Make America Great Again”) e não consegue explicar aos empresários do estado que governa que uma tarifa de 50% sobre seus produtos pode ser positiva.
Já o ex-presidente Bolsonaro, que se dizia “patriota”, tem proferido declarações em tom de ameaça ao Brasil, ligando a manutenção de milhares de empregos à anistia para Jair, exigida por Trump. Pouco importa que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, tenha pedido a condenação do ex-presidente em suas alegações finais por cinco crimes: golpe de Estado, líder de organização criminosa, dano qualificado, grave ameaça e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Os Bolsonaristas sequestraram e prejudicaram a economia produtiva brasileira em nome da liberdade de um homem que tentou golpear a nossa democracia de inúmeras formas.
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As administrações conspiratórias de Eduardo (e do neto de ditador Paulo Figueiredo) agora se concretizam porque a possível condenação dos golpistas se aproxima e os EUA temem o BRICS. Além disso, acreditam que podem se exibir em nosso quintal. Na terça-feira, 15, Trump iniciou investigação comercial contra o Brasil. Com o apoio do ex-presidente Bolsonaro, busca destruir o Pix e intervir nos dados privados dos brasileiros, entre outros atos que mais uma vez atentam contra nossa soberania. Tudo como retaliação pela liderança dos Brics. Bolsonaro é apenas um pretexto frágil que Trump utiliza para nos atacar.
O golpista oportunista aplaude, desconsiderando os efeitos econômicos que pode provocar ao País. Prejudicar a população brasileira não é uma preocupação para os falsos patriotas bolsonaristas, enquanto seu “mito” esteja foragido. Contudo, não se consegue impedir o curso da História! O Sul Global prossegue e Jair Bolsonaro já foi condenado pela PGR. Sua prisão é inevitável e Justiça.
Diante dos impactos do neoliberalismo, buscamos reduzir desigualdades e promover uma relação mais justa e responsável entre as nações. Personalidades como Trump e Bolsonaro simbolizam o retrocesso, a violência, o descaso com a vida humana e a falta de respeito à autodeterminação dos povos. A intervenção na economia e na política não será tolerada. Requerimentos de destituição do traidor da pátria Eduardo Bolsonaro já estão em andamento. A chantagem fraudulenta de Trump, com apoio da extrema-direita brasileira, também não impedirá que o Brasil realize suas próprias escolhas geopolíticas. E muito menos interromperá o andamento da Justiça brasileira, que segue para condenar Jair Bolsonaro e todos os envolvidos no golpe.
Todo o apoio à independência do STF.
Em defesa dos direitos e do trabalho.
Em defesa da nação.
Sem concessão.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.