A prudência já abandonou a linguagem da extrema-direita

O lema “Deus, Pátria e Família” é, na realidade, um slogan destinado a enganar pessoas desinformadas.

04/08/2025 17:51

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A prudência já abandonou a linguagem da extrema-direita
(Imagem de reprodução da internet).

Não parece que estejamos aqui para não sermos. Julio Cortázar

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A extrema-direita se distingue pela falta de ética e de moral.

Na semana passada, Jair Bolsonaro foi condenado por afirmar que “pintou um clima” com adolescentes. O histórico familiar que o envolve só reforça o quadro: o tio da esposa, Michelle, foi preso por armazenar e divulgar pornografia infantil; a avó dela fora presa por tráfico de drogas; a mãe é investigada por estelionato; um tio, preso por homicídio e ligação com milícia; outro, por estupro de vulnerável.

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Donald Trump, por sua vez, também é acusado de envolvimento com pedofilia – há fortes indícios de que seu nome figure nos arquivos de Jeffrey Epstein, notório traficante de menores, agente da CIA e do Mossad, falecido em circunstâncias ainda obscuras.

Recentemente, o governo Trump transferiu Ghislaine Maxwell, namorada de Epstein, para um presídio de baixa periculosidade. Um caso inédito, considerando que ela foi condenada a 20 anos por exploração sexual de menores. Maxwell é filha do magnata da imprensa inglesa Robert Maxwell, figura emblemática da direita internacional. Houve alguma vantagem em jogo?

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A hipocrisia e a busca por interesses próprios são características marcantes da extrema-direita. O lema “Deus, Pátria e Família” configura-se como um slogan destinado a enganar pessoas desinformadas.

Contudo, a extrema-direita tem bastante cuidado em seu vocabulário.

O ex-presidente americano reagiu movendo dois submarinos nucleares à região, após a postura de Medvedev, ex-presidente russo, que rejeitou o ultimato exigindo o fim do conflito na Ucrânia.

Observa-se, portanto, como uma discussão trivial pode se transformar em um holocausto nuclear, por causa do desejo de um ditador.

É pior que este cenário de horror apresente um contexto internacional em que os aliados dos EUA no Oriente Médio – o Estado de Israel – exercem terrorismo de Estado, perpetrando genocídio contra o povo palestino em Gaza.

A comunidade internacional observa passivamente, ao tempo em que exporta armamentos para o governo genocida de Benjamin Netanyahu e importa produtos israelenses. Persistem as formalidades em detrimento da morte por inanição dos palestinos. A França, por exemplo, se promove lançando 40 toneladas de alimentos sobre Gaza, o que equivale à carga de dois caminhões. A ONU, contudo, estima que seriam necessários centenas de caminhões por dia para amenizar minimamente a fome na região.

Naquele contexto distorcido, Volodimir Zelensky solicitou aos países ocidentais uma “mudança de regime” na Rússia.

O mundo ocidental permaneceu em silêncio. Não seria isso que os Estados Unidos realizaram ao longo da história da América Latina? Não replicaram o mesmo padrão, em África, com potências coloniais como França, Reino Unido, Bélgica, Itália e Alemanha? Qual seria o motivo da surpresa?

Em Cruzar fronteiras: uma urgência para a ética teológica (Editora Santuário), Emilce Cuda propõe uma reflexão aguda sobre as fronteiras contemporâneas.

O termo “fronteira” atualmente não se identifica com proteção, senão com impedimento, com “muro”: uma barreira tanto física quanto legal. Estabelecem-se fronteiras na forma de barreiras de entrada econômica para que produtos industrializados não atravessem os países periféricos para os países do centro. Estabelecem-se fronteiras na forma de barreiras migratórias – internas e externas – para imobilizar os corpos improdutivos.

A extrema-direita define polos centrais e periféricos, e os marginalizados, essas pessoas, aniquilam tais definições.

Em uma ocasião notável, durante a Conferência Estadual de São Paulo pelos Direitos LGBTQIAPN+, a deputada de discurso antidemocrático Janaína Paschoal foi expulsa, com acusações de ser “fascista”, o que corresponde à sua realidade.

Não se trata de algo trivial. É simbólico: rompe-se a falsa divisão entre fascismo e gênero. O antifascismo só pode avançar par passu com a tolerância, inclusive a sexual.

Não interrompe as divisões criadas, não há confronto antifascista. Observe a Hungria, onde, apesar da proibição da marcha do orgulho LGBTQIAPN+ pelo governo de extrema-direita, a população promoveu uma das maiores manifestações desse tipo na história do país.

Durante o governo Trump, nos EUA, retomou-se a ideia de que “somente o gênero biológico existe”. A intenção autoritária busca controlar tudo, como um deus falso, manipulando os corpos e os povos em sua imagem e semelhança.

Com o aumento do desemprego, a chefe do Departamento de Estatísticas foi demitida, como ocorreu recentemente. Se as Bolsas caem drasticamente nos EUA, na Europa, no Japão e até no Brasil em razão das tarifas excessivas impostas pelo “agente laranja”, a queda é tão significativa que até mesmo um megalomaníaco tentaria disfarçar.

Ainda que distintos dos muros, dos murros e das fronteiras, Ailton Krenak, em Um Rio, Um Pássaro (Editora Dantes), nos recorda:

É preciso procurar e desenvolver espaços de interação entre aqueles que se dedicam a promover uma vida plena.

Mãos à obra.

Fonte por: Carta Capital

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