A produção de centrífugas de urânio no Irã elevou-se após a saída dos EUA do acordo

Dados da Organização Internacional de Ciência e Segurança e da Agência Internacional de Energia Atômica.

18/06/2025 22:25

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A produção de centrífugas de urânio no Irã elevou-se após a saída dos EUA do acordo
(Imagem de reprodução da internet).

A principal controvérsia em torno do programa nuclear do Irã reside no enriquecimento de urânio — um processo empregado para produzir combustível para usinas de energia, mas que, em níveis mais altos, também pode ser utilizado na fabricação de uma arma nuclear.

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No início dos anos 2000, inspetores internacionais relataram a descoberta de vestígios de urânio altamente enriquecido em uma usina iraniana em Natanz.

O Irã interrompeu temporariamente o processo de enriquecimento, porém o retomou em 2006, argumentando que estava autorizado pelo acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão de supervisão nuclear da ONU.

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Isso levou à aplicação de sanções internacionais contra o Irã ao longo dos anos.

Após anos de negociações, Irã e seis potências mundiais assinaram em 2015 um acordo nuclear que restringia a ameaça nuclear iraniana em contrapartida para medidas sancionatórias mais brandas.

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O acordo determinava que o Irã mantivesse seus níveis de enriquecimento de urânio no máximo 3,67% — em comparação com os 20% anteriores — reduzisse drasticamente seu estoque de urânio e eliminasse gradualmente suas centrífugas, entre outras ações.

O Irã detinha mais de 1.300 centrífugas avançadas – utilizadas para o enriquecimento de urânio – nos anos que antecederam o acordo nuclear.

Durante a vigência do acordo, existiam menos de 50 centrífugas avançadas no país.

Após a retirada do acordo por parte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 2018, o Irã incrementou o número de instalações de centrífugas, conforme dados do Instituto de Ciência e Segurança Internacional e da Agência Internacional de Energia Atômica.

Em 2019, o Irã possuía 495 centrífugas avançadas instaladas.

O valor saltou para 1.038 no primeiro trimestre de 2021, havendo uma redução de 2 mil em relação ao mesmo período.

Em 2022, no terceiro trimestre, o Irã possuía 2.782 centrífugas avançadas. Esse número aumentou para 4.515 no trimestre seguinte.

Nos últimos anos, esse índice aumentou significativamente. No segundo trimestre de 2024, contabilizaram-se 7.383 centrífugas. No terceiro trimestre, o número foi de 10.609.

Em 30 de junho de 2025, constata-se a presença de 14.689 centrífugas avançadas instaladas no Irã.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.