A Procuradoria-Geral da República afirma que investigações revelaram a existência de uma organização que se uniu em torno de um projeto autoritário

Investigação indica que Mauro Cid atuou como interlocutor de Jair Bolsonaro no plano de golpe de Estado.

15/07/2025 8:07

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A Procuradoria-Geral da República afirma que investigações revelaram a existência de uma organização que se uniu em torno de um projeto autoritário
(Imagem de reprodução da internet).

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, em um pedido de 517 páginas, detalha a atuação do que ele considera uma organização criminosa com o objetivo de condenar os réus do processo penal que apura uma tentativa de golpe de Estado.

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O grupo Gonet se organizou para um projeto autoritário de poder visando a permanência de Jair Bolsonaro (PL) na Presidência.

A ação progressiva e coordenada descrita, executada com divisão de tarefas entre julho de 2021 e janeiro de 2023 e abundantemente comprovada nos autos, consolida a organização criminosa que se uniu, de forma estável e permanente, em torno de um objetivo comum – um projeto autoritário de poder, violentamente transgressor dos limites estabelecidos pela Constituição, aponta.

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A PGR afirma que os fatos não deixam dúvidas de que a organização, com raízes na própria estrutura do Estado e forte influência de setores militares, se desenvolveu em ordem hierárquica e com a divisão das tarefas entre seus integrantes.

Em relação aos réus acusados nestes autos – integrantes do alto escalão do Governo Federal e das Forças Armadas –, comprovou-se que formaram o núcleo crucial da organização criminosa, mesmo que tenham aderido ao grupo em momentos distintos. Deles partiram as principais decisões e ações de impacto social que foram narradas na denúncia.

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A PGR aponta que o tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, “embora com menor autonomia decisória”, também fazia parte desse núcleo, atuando como porta-voz do então presidente Jair Bolsonaro, e transmitindo orientações aos demais membros do grupo.

Alegações finais

A Procuradoria-Geral da República apresentou seu pedido de condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus por organizar uma tentativa de golpe de Estado, quase na virada da noite para terça-feira (15).

O procurador-geral da República apresentou ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, as alegações finais na ação penal contra o “núcleo 1” da trama golpista, que compreende os líderes do esquema.

Na avaliação de Gonet, além de Bolsonaro, devem ser condenados os ex-ministros Alexandre Ramagem, Augusto Heleno, Anderson Torres, Walter Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira; o ex-ajudante de ordens Mauro Cid; e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, cada um com suas respectivas qualificações.

A CNN buscou a defesa dos réus e aguarda resposta. O espaço permanece aberto.

Por Elijonas Maia, com informações de Luísa Martins.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.