A possibilidade de Hugo Motta visitar Bolsonaro em regime de prisão domiciliar

O peso do Centrão, a influência de Eduardo Bolsonaro e a questão da imagem pública impactam a decisão do presidente da Câmara.

15/08/2025 11:43

2 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

A chance de uma visita de Hugo Motta (Republicanos-PB) a Jair Bolsonaro (PL) em sua prisão domiciliar, em Brasília, tem gerado discussões nos bastidores, porém ainda é vista como improvável por apoiadores do presidente da Câmara.

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O deputado Zucco (PL-RS), líder da oposição na Casa, fez a proposta a ambos os lados. Bolsonaro recebeu a sugestão de maneira positiva, ao passo que Motta sinalizou disposição para conversar, sem se comprometer.

Zucco esteve com Bolsonaro na quinta-feira, 14, e ressaltou que o ex-presidente apreciou a proposta, sobretudo como meio de apresentar as ideias da oposição ao presidente da Câmara.

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A pressão de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, é apontada como fator decisivo. Ele tem repetido em diversas entrevistas, declarações públicas e posts em redes sociais que Motta pode ser alvo de sanções caso não avance na pauta da anistia aos golpistas de 8 de Janeiro de 2023.

O cenário coloca o presidente da Câmara em posição delicada, entre demonstrar independência política e manter boas relações com aliados estratégicos de Bolsonaro.

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Apoiadores do presidente da Câmara apontam que ele não deseja parecer chantageado. Em ambiente interno, a liderança do Centrão sugere que o encontro não ocorra, visando preservar a imagem de autonomia do deputado à frente da Casa.

Apesar do apoio de Bolsonaro a Motta na campanha para a presidência da Câmara, a percepção pública é um fator determinante na estratégia do parlamentar. O deputado tem se posicionado com cautela em relação ao projeto de anistia, evitando alinhamentos que possam gerar instabilidade, como os ocorridos na semana anterior no plenário.

Em relação ao projeto de anistia, o que se vê dentro da Casa? Um projeto auxiliar começou a ser discutido ainda no semestre passado, que não seria uma anistia ampla, geral e irrestrita. Não vejo dentro da Casa um ambiente para, por exemplo, anistiar quem planejou matar pessoas. Não acho que tenha isso… que não tem esse ambiente dentro da Casa, pelo menos com quem eu converso. Temos a oportunidade de poder conversar isso com parlamentares diariamente. Há uma preocupação, sim, com pessoas que não tiveram papel central, que pela cumulativa das penas, acabaram recebendo penas altas.

A possível visita ao ex-deputado em regime de prisão domiciliar também poderia indicar proximidade entre o Centrão e o bolsonarismo e ser entendida como ceder a pressões externas. A análise de interlocutores do deputado sugere que, apesar de uma abertura inicial entre Motta e Bolsonaro, as circunstâncias políticas e estratégicas tornam qualquer encontro, pelo menos temporariamente, improvável.

Fonte por: Carta Capital

Autor(a):

Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.