A política de Trump prejudica a saúde

A aplicação de tarifas de 50% nas exportações brasileiras terá um impacto sério e imediato na saúde e no Sistema Único de Saúde.

18/07/2025 0:18

3 min de leitura

A política de Trump prejudica a saúde
(Imagem de reprodução da internet).

Não abordarei as questões relativas às doenças causadas pelas declarações prejudiciais do dirigente norte-americano, mas a séria imposição de tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras, que impactam diretamente a saúde e o SUS. Para entender os efeitos da medida, consultei especialistas e empresários do setor.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A visão predominante é que os impactos serão relevantes, considerando a grande dependência do Brasil de importações dos Estados Unidos, sobretudo de produtos de alta tecnologia como medicamentos, vacinas, equipamentos médicos e insumos estratégicos.

De acordo com o ex-ministro José Gomes da Silva, fármacos e produtos farmacêuticos são entre os itens importados dos Estados Unidos. No primeiro semestre de 2025, essas importações aumentaram 30,1% em comparação com o mesmo período de 2024. Adicionalmente, o Brasil utiliza tarifas reduzidas – em certos casos, inexistentes – sobre esses produtos.

Leia também:

Carlos Gadelha, coordenador do Grupo de Pesquisa, Desenvolvimento e Complexo Económico-Industrial da Saúde (CEIS) da Fiocruz, salienta que o défice comercial do CEIS – Brasil com os EUA aumentou 70% em 30 anos, situando-se nos 2,7 biliões de dólares em 2024, em comparação com os 1,6 biliões de dólares em 1997.

Em 2024, importamos 3,2 bilhões de dólares e exportamos apenas 0,5 bilhão. Os medicamentos respondem por uma parcela considerável desse déficit. Nos anos 1990, os EUA representavam aproximadamente 30% do déficit do CEIS; atualmente, respondem por 13% das importações brasileiras de medicamentos acabados, ficando atrás apenas da União Europeia e da China.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Existe uma relevante cooperação tecnológica e produtiva entre Brasil e EUA, com dez Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) que envolvem instituições públicas brasileiras e empresas americanas. Essas parcerias visam a internalização de tecnologias para o SUS, incluindo vacinas (HPV e herpes) e medicamentos (HIV, câncer e doenças raras.

De acordo com Gadelha, a tarifização ameaça a política do CEIS, que foi retomada em 2023 com o objetivo de reforçar o SUS.

Muitos empresários demonstram surpresa e esperam que a medida seja um bleque ou que haja espaço para negociação. Eles reconhecem o direito à reciprocidade, mas alertam para os riscos nas retaliações.

Francisco Balestrin, presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo e do Sindicato dos Hospitais Privados do Estado, declara que, apesar das exportações brasileiras para os EUA serem limitadas, a taxação impactará significativamente a competitividade da indústria nacional, obrigando à procura por mercados alternativos onde existe concorrência com China, Índia e Turquia, podendo resultar em demissões.

Ele destaca que o mercado interno não absorverá o aumento de custos resultante da taxação mútua, o que poderá ser repassado aos produtos.

A repercussão para o SUS será significativa e, por ora, inestimável. Produtos médicos, tecnologias, reagentes laboratoriais, medicamentos, insumos estratégicos.

Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindusfarma, acredita que medidas de reciprocidade elevarão os custos tanto para o SUS e saúde suplementar.

Empresas americanas multinacionais, impactadas, dependem matérias-primas.

Demissões provocadas pela reforma tarifária.

Alguns defendem medidas rigorosas, incluindo revogação de patentes.

Pandemia de Covid-19 revelou vulnerabilidade da cadeia de suprimentos global.

Fonte por: Carta Capital

Autor(a):

Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.