A polícia portuguesa divulgou as nacionalidades das vítimas no acidente com o Elevador da Glória, em Lisboa

O bondinho da capital apresentou falha na quarta-feira passada.

05/09/2025 9:31

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A polícia portuguesa divulgou as nacionalidades das vítimas no acidente com o Elevador da Glória, em Lisboa
(Imagem de reprodução da internet).

Após dois dias do acidente com o comboio do Elevador da Glória, em Lisboa, a Polícia Judiciária (PJ) de Portugal confirmou nesta sexta-feira, 5, as nacionalidades das 16 vítimas. O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes Aéreos e Ferroviários (GPIAAF) português anunciou que publicará, também nesta sexta-feira, uma nota informativa com as primeiras conclusões sobre o acidente.

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Entre os falecidos no acidente, constam 5 portugueses, 2 sul-coreanos, 1 suíço, 3 britânicos, 2 canadenses, um ucraniano, um americano e um francês.

Sete indivíduos permanecem hospitalizados em hospitais de Lisboa, com sete em estado grave. Dentre os 13 pacientes com lesões leves que receberam alta, dois são nacionais brasileiros. Um deles, residente em Portugal, compareceu sozinho ao serviço de urgência e obteve alta após algumas horas. As autoridades portuguesas ainda não confirmaram a presença de um terceiro brasileiro em tratamento hospitalar.

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De acordo com o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, uma cidadã franco-canadense faleceu no acidente. A vítima até então não havia sido identificada como francesa. “Recebemos a confirmação do falecimento de uma de nossas compatriotas no trágico acidente”, publicou o ministro na rede X nesta sexta-feira 5.

O pai do menino alemão de três anos, considerado morto nos escombros do acidente com o Elevador da Glória, está vivo e é um dos feridos internados no Hospital de São José, conforme reportagem da CNN Portugal.

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A família do homem procurou o Instituto Médico Legal em busca do corpo, mas não conseguiu identificá-lo. A mãe da criança está internada no Hospital de Santa Maria, em estado crítico, porém estável.

Investigação

O GPIAAF deverá divulgar um relatório preliminar, com estimativa de prazo de 45 dias, conforme anunciado pelo diretor do órgão, Nelson Oliveira, na quinta-feira, 4. Uma nota informativa será publicada nesta sexta-feira com as primeiras conclusões das investigações.

Diante de perguntas sobre as causas do acidente, o diretor da Polícia Judiciária, Luis Neves, declarou que nenhuma hipótese é descartada neste momento. “Nada está excluído. Só poderemos nos posicionar quando tivermos certeza. Neste estágio, é preciso manter a mente aberta”, afirmou.

Estão sendo consideradas, pela mídia local, a quebra de um cabo de segurança e uma possível negligência na manutenção do bondinho, por parte da empresa de transportes lisboeta Carris.

“O plano de manutenção deste equipamento foi rigorosamente cumprido”, garantiu o presidente da Carris, Pedro Bogas. A imprensa local divulgou o relatório da inspeção diária realizada pela manhã do dia do acidente, que demonstrava que o elevador possuía todas as condições para operar.

Funicular danificado

Segundo relatos, o monotrilho desceu a encosta em alta velocidade, perdeu o trilho em uma curva suave e atingiu um edifício, por volta das 18h (horário local) de quarta-feira. O veículo danificado, totalmente destruído, foi removido pela manhã desta sexta-feira. Os especialistas já coletaram os restos para análise técnica.

A Carris informou que substituirá o funicular. De acordo com a empresa, os custos de manutenção dobraram na última década e subiram 25% desde 2022. A organização iniciou uma investigação interna e assegurou estar oferecendo apoio psicológico e material às famílias das vítimas.

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, visitou o local da tragédia acompanhado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, e pelo presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas.

Inaugurado em 1885, o Elevador da Glória é um dos três funiculares históricos de Lisboa e uma das principais atrações turísticas da cidade. Reconhecido como monumento nacional desde 2002, transporta diariamente centenas de passageiros, incluindo moradores e visitantes.

Fonte por: Carta Capital

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.