O governo francês investiga empresa sob suspeita de viés algorítmico e obtenção fraudulenta de dados.
A rede social X, de Elon Musk, acusou promotores franceses de iniciar uma “investigação criminal” com motivação política que ameaça a liberdade de expressão de seus usuários, negando todas as acusações contra ela e afirmando que não cooperaria com a investigação.
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Em março, promotores de Paris intensificaram uma investigação preliminar sobre a plataforma de mídia social por suspeita de viés algorítmico e extração fraudulenta de dados.
A polícia agora pode conduzir buscas, prisões e monitoramento de Elon Musk e da empresa, ou intimá-lo para prestar depoimento. Caso não obedeça, um juiz poderá determinar a emissão de um mandado de prisão.
A X acredita que esta investigação está distorcendo a lei francesa para atender a uma agenda política e, em última análise, restringir a liberdade de expressão, publicou na sua conta no Global Government Affairs.
A X declarou ter negado o pedido do Ministério Público de Paris para acessar o algoritmo de recomendação e os dados em tempo real da X, em razão do direito legal que lhe assiste.
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A procuradoria de Paris não respondeu às acusações de parcialidade política, mas confirmou ter enviado um pedido judicial à X em 19 de julho, solicitando acesso exclusivo ao seu algoritmo.
A empresa alegou ter disponibilizado um canal seguro para o compartilhamento das informações com os investigadores, que possuíam acesso confidencial aos dados, porém ainda não havia recebido uma resposta oficial da empresa.
O não cumprimento de uma ordem judicial pode resultar em multas ou acusações de obstrução do processo judicial.
Elon Musk, antigo aliado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou governos europeus de atacar a liberdade de expressão e manifestou apoio a alguns dos partidos de extrema-direita da região.
A investigação francesa pode ampliar a discordância entre Washington e capitais europeias acerca do tipo de discurso admitido online, com autoridades americanas de alto escalão acusando de censura vozes de direita em âmbito global.
A Comissão Europeia analisa a rede social por supostamente infringir normas de transparência digital e regulamentações relativas a conteúdo ilegal, em decorrência da Lei de Serviços Digitais, a partir do final de 2023.
A empresa manifestou sua preocupação com o fato da investigação ser conduzida sob acusações de crime organizado, o que poderia possibilitar que a polícia interceptasse os dispositivos pessoais de seus funcionários.
Os crimes alegados podem ter como pena máxima até 10 anos, declarou o promotor de Paris.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.