A plataforma de vídeos curtos afirma não estar trabalhando em um aplicativo distinto para o mercado americano
Segundo a reportagem da “Reuters”, o novo aplicativo representaria uma maneira de viabilizar a venda da empresa no Brasil.
O TikTok desmentiu uma reportagem que afirmava estar preparando um aplicativo independente para usuários norte-americanos, o que possibilitaria a continuidade da operação da rede social, controlada pela ByteDance Ltd., nos Estados Unidos.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Em um comunicado divulgado na última quarta-feira (9.jul.2025), o TikTok contestou uma reportagem da Reuters que afirmava que a empresa estaria desenvolvendo “uma nova versão específica para os EUA” do aplicativo, como preparação para uma possível venda coordenada pelo presidente dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano). O TikTok classificou a reportagem como “factualmente imprecisa” e disse que a apuração foi “baseada em fontes anônimas e desinformadas”.
Em abril de 2024, o então presidente Joe Biden (Partido Democrata) aprovou uma legislação para vedar o TikTok, sob alegação de riscos de segurança nacional, condicionada à venda da empresa ByteDance até o dia 19 de janeiro de 2025.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Após o vencimento do prazo sem que ocorresse a venda, o TikTok foi retirado das lojas de aplicativos da Apple Inc. e do Google LLC, sendo posteriormente restabelecido após a posse de Donald Trump como Presidente dos EUA e o adiamento da aplicação da lei.
Desde então, Trump já prorrogou o prazo para a venda diversas vezes. A nova data limite está marcada para 17 de setembro.
Leia também:
One Piece: Netflix revela bastidores do teaser da segunda temporada
Toei Animation lança “VISION2030” com plano ambicioso de expansão global
Crunchyroll lança dublagem brasileira de GNOSIA com novos episódios!
Desde sua nomeação em janeiro, o presidente norte-americano tem reiterado que existe um acordo em curso relacionado ao TikTok, embora a transação ainda não tenha sido finalizada.
Em uma entrevista a um canal de TV a cabo em junho, Trump declarou ter identificado um grupo de indivíduos “muito ricos” interessados em adquirir as operações do TikTok nos Estados Unidos, embora admitisse que o governo chinês deveria dar sua aprovação para o acordo.
Em julho, Trump declarou, durante um voo a bordo da Air Force One, que iniciaria negociações com a China sobre a possível venda do TikTok, afirmando que os Estados Unidos “quase” haviam alcançado um acordo para a venda do aplicativo. Essas discussões estavam programadas para ocorrer na semana anterior.
A agência Reuters reportou que esta versão do TikTok, destinada exclusivamente aos Estados Unidos, utilizaria um algoritmo e um sistema de dados distintos da versão global da plataforma.
Em agosto de 2020, o governo chinês incluiu tecnologias de recomendações personalizadas, baseadas em análise de dados e interfaces interativas com inteligência artificial, em sua lista de controle de exportações. Isso implica que o TikTok – cuja atividade comercial é fundamentalmente baseada em algoritmos de recomendação – necessitaria de aprovação de Pequim para vender o aplicativo a um comprador estrangeiro.
A ameaça de proibição nos Estados Unidos é apenas um dos desafios que o TikTok enfrenta fora da China. O aplicativo também está sendo alvo de escrutínio regulatório na Europa. Em 10 de julho, a DPC (Comissão de Proteção de Dados) da Irlanda abriu uma investigação contra o TikTok por transferir dados pessoais de usuários do EEE (Espaço Econômico Europeu) para servidores localizados na China.
O EEE é um bloco econômico que compreende os 27 países-membros da União Europeia, juntamente com a Islândia, Liechtenstein e Noruega.
A investigação foi iniciada após o TikTok admitir, em abril, que certos dados de usuários do EEE estavam armazenados em servidores na China – o que ia contra as evidências apresentadas pela empresa em uma investigação anterior da DPC. O TikTok afirmou que os dados foram prontamente excluídos. Adicionalmente, declarou que o erro evidenciou seu compromisso com a proteção de dados dos usuários.
Em maio, a DPC multou o TikTok em 530 milhões de euros (R$ 3,45 bilhões), após determinar que o aplicativo violou o RGPD (Regulamento Geral de Proteção de Dados) da UE (União Europeia) ao não “verificar, garantir e demonstrar” que os dados de usuários do EEE acessados remotamente por funcionários na China estavam sujeitos a um nível de proteção equivalente ao exigido na UE.
Esta reportagem foi originalmente publicada em inglês pela Caixin Global em 14 de julho de 2025. Foi traduzida e republicada pelo Poder360 por acordo mútuo de compartilhamento de conteúdo.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.












