A plataforma de vídeos curtos afirma não estar trabalhando em um aplicativo distinto para o mercado americano

Segundo a reportagem da “Reuters”, o novo aplicativo representaria uma maneira de viabilizar a venda da empresa no Brasil.

15/07/2025 5:39

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A plataforma de vídeos curtos afirma não estar trabalhando em um aplicativo distinto para o mercado americano
(Imagem de reprodução da internet).

O TikTok desmentiu uma reportagem que afirmava estar preparando um aplicativo independente para usuários norte-americanos, o que possibilitaria a continuidade da operação da rede social, controlada pela ByteDance Ltd., nos Estados Unidos.

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Em um comunicado divulgado na última quarta-feira (9.jul.2025), o TikTok contestou uma reportagem da Reuters que afirmava que a empresa estaria desenvolvendo “uma nova versão específica para os EUA” do aplicativo, como preparação para uma possível venda coordenada pelo presidente dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano). O TikTok classificou a reportagem como “factualmente imprecisa” e disse que a apuração foi “baseada em fontes anônimas e desinformadas”.

Em abril de 2024, o então presidente Joe Biden (Partido Democrata) aprovou uma legislação para vedar o TikTok, sob alegação de riscos de segurança nacional, condicionada à venda da empresa ByteDance até o dia 19 de janeiro de 2025.

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Após o vencimento do prazo sem que ocorresse a venda, o TikTok foi retirado das lojas de aplicativos da Apple Inc. e do Google LLC, sendo posteriormente restabelecido após a posse de Donald Trump como Presidente dos EUA e o adiamento da aplicação da lei.

Desde então, Trump já prorrogou o prazo para a venda diversas vezes. A nova data limite está marcada para 17 de setembro.

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Desde sua nomeação em janeiro, o presidente norte-americano tem reiterado que existe um acordo em curso relacionado ao TikTok, embora a transação ainda não tenha sido finalizada.

Em uma entrevista a um canal de TV a cabo em junho, Trump declarou ter identificado um grupo de indivíduos “muito ricos” interessados em adquirir as operações do TikTok nos Estados Unidos, embora admitisse que o governo chinês deveria dar sua aprovação para o acordo.

Em julho, Trump declarou, durante um voo a bordo da Air Force One, que iniciaria negociações com a China sobre a possível venda do TikTok, afirmando que os Estados Unidos “quase” haviam alcançado um acordo para a venda do aplicativo. Essas discussões estavam programadas para ocorrer na semana anterior.

A agência Reuters reportou que esta versão do TikTok, destinada exclusivamente aos Estados Unidos, utilizaria um algoritmo e um sistema de dados distintos da versão global da plataforma.

Em agosto de 2020, o governo chinês incluiu tecnologias de recomendações personalizadas, baseadas em análise de dados e interfaces interativas com inteligência artificial, em sua lista de controle de exportações. Isso implica que o TikTok – cuja atividade comercial é fundamentalmente baseada em algoritmos de recomendação – necessitaria de aprovação de Pequim para vender o aplicativo a um comprador estrangeiro.

A ameaça de proibição nos Estados Unidos é apenas um dos desafios que o TikTok enfrenta fora da China. O aplicativo também está sendo alvo de escrutínio regulatório na Europa. Em 10 de julho, a DPC (Comissão de Proteção de Dados) da Irlanda abriu uma investigação contra o TikTok por transferir dados pessoais de usuários do EEE (Espaço Econômico Europeu) para servidores localizados na China.

O EEE é um bloco econômico que compreende os 27 países-membros da União Europeia, juntamente com a Islândia, Liechtenstein e Noruega.

A investigação foi iniciada após o TikTok admitir, em abril, que certos dados de usuários do EEE estavam armazenados em servidores na China – o que ia contra as evidências apresentadas pela empresa em uma investigação anterior da DPC. O TikTok afirmou que os dados foram prontamente excluídos. Adicionalmente, declarou que o erro evidenciou seu compromisso com a proteção de dados dos usuários.

Em maio, a DPC multou o TikTok em 530 milhões de euros (R$ 3,45 bilhões), após determinar que o aplicativo violou o RGPD (Regulamento Geral de Proteção de Dados) da UE (União Europeia) ao não “verificar, garantir e demonstrar” que os dados de usuários do EEE acessados remotamente por funcionários na China estavam sujeitos a um nível de proteção equivalente ao exigido na UE.

Esta reportagem foi originalmente publicada em inglês pela Caixin Global em 14 de julho de 2025. Foi traduzida e republicada pelo Poder360 por acordo mútuo de compartilhamento de conteúdo.

Fonte por: Poder 360

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.