A PF aponta que Bolsonaro descumpriu a Constituição e disseminou 300 vídeos através do aplicativo Whatsapp

O ex-presidente violou a medida cautelar imposta, que o proibia de usar redes sociais, conforme apurado em relatório da Polícia Federal.

22/08/2025 9:02

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(Imagem de reprodução da internet).

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) infringiu as medidas protetivas impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, e enviou 300 vídeos via WhatsApp, conforme relatório da PF, divulgado na quarta-feira (20).

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A Polícia Federal apreendeu o celular do ex-presidente e o do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para apurar sua influência nas sanções aplicadas pelos Estados Unidos ao Brasil. Entre os vídeos compartilhados, havia conteúdos sobre a aplicação da Lei Magnitsky a Alexandre Moraes.

Em 3 de agosto, já proibido de usar redes sociais por decisão do STF, Bolsonaro também encaminhou conteúdos sobre as manifestações em seu apoio, que ocorriam em diversos estados do Brasil, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

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Em um exemplo ilustrativo que se assemelha ao comportamento de milícias digitais, a investigação detalhou o compartilhamento e a dinâmica de algumas das mensagens apresentadas na tabela anterior, referentes às manifestações em Salvador/BA, onde as mensagens em questão foram compartilhadas pelo menos 363 vezes pelo WhatsApp do ex-presidente.

A Polícia Federal, ao analisar o caso, confrontou a atuação do ex-mandatário com as ações de “milícias digitais”, devido ao compartilhamento em larga escala de conteúdos, e constatou o descumprimento das determinações do STF.

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Diante do elevado volume de arquivos, a investigação destacou os conteúdos principais compartilhados em 03.08.2025 pelo investigado Jair Bolsonaro, com o intuito de utilizar redes sociais de terceiros, para contornar a ordem de proibição à retransmissão de conteúdos imposta pela justiça.

Bolsonaro sob regime de prisão domiciliar.

Em 4 de agosto, o ministro Alexandre Moraes determinou a conversão das medidas cautelares de Bolsonaro para prisão domiciliar, considerando que houve reiterado descumprimento das medidas cautelares por parte do ex-presidente.

O juiz entendeu que Bolsonaro infringiu a proibição de não usar redes sociais ao participar de uma ligação de vídeo com o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e por aparecer em publicações do filho e senador, Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Os eventos ocorreram durante a manifestação de 3 de agosto.

Até então, Bolsonaro usava tornozeleira, estava impedido de usar redes sociais pessoais ou por meio de terceiros e mantinha recolhimento domiciliar entre as 19h e as 6h, de segunda a sexta-feira, e em tempo completo nos finais de semana e feriados.

Sob a supervisão de Mayara da Paz.

Fonte por: CNN Brasil

Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.