A Polícia Federal determinou que o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro utilizaram as contas de suas esposas para movimentar financeiramente, buscando evitar restrições nos recursos.

A avaliação consta do relatório em que a PF indiciou Jair e Eduardo por conluio ao longo do processo sobre a tentativa de golpe de Estado.

De acordo com a investigação, Eduardo efetuou duas transferências para Heloisa Bolsonaro, visando desviar dinheiro enviado por ele pelo pai. Jair admitiu ter transferido, no mínimo, 2 milhões de reais ao filho em 13 de maio, antes, segundo a PF, ter feito 110 mil reais em seis repasses.

A PF identificou, contudo, que Jair também transferiu 2 milhões de reais para Michelle Bolsonaro em 4 de junho, véspera de um depoimento à PF.

A polícia sustenta que os investigados Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro empregaram a mesma estratégia de repasse de valores para suas respectivas companheiras, utilizando um artifício idêntico, no mesmo período de tempo, em clara demonstração de vínculo subjetivo para alcançar o resultado criminoso pretendido.

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Os investigadores destacam que Jair não informou sobre outras quantias repassadas a Eduardo, além dos 2 milhões de reais transferidos em maio. Ademais, não se apresentou justificativa para o envio da mesma soma a Michelle, ocorrido um dia antes do depoimento.

Para a Polícia Federal, Jair Bolsonaro agiu desde o início de 2025, mas com maior ênfase entre maio e julho, para se livrar de dinheiro em sua posse imediata e evitar possíveis medidas judiciais que o impedissem de “consumar o intento criminoso de apoiar financeiramente as ações do parlamentar licenciado no exterior”.

Eduardo, por sua vez, após receber 2 milhões de reais de seu pai, efetuou duas transferências para a conta de sua esposa: 50 mil em 19 de maio e 150 mil em 5 de junho (dia do depoimento de Jair Bolsonaro).

Após o indiciamento, Eduardo Bolsonaro acusou a PF de buscar “provocar desgaste político” e negou ter buscado interferir na ação no STF contra seu pai. “Minha atuação nos Estados Unidos jamais teve como objetivo interferir em qualquer processo em curso no Brasil. Sempre deixei claro que meu pleito é pelo restabelecimento das liberdades individuais no País, por meio da via legislativa, com foco no projeto de anistia que tramita no Congresso Nacional.”

Fonte por: Carta Capital